Economia africana pressionada pela inflação e crescimento mais lento
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) afirmou hoje que a economia africana está sob pressão, face à inflação estimada em 17,8% e a um crescimento mais lento em 2023, mas que se mantém resiliente.
© Reuters
Economia BAD
"A inflação média no continente foi estimada em 17,8% em 2023, 3,6 pontos percentuais mais do que em 2022", indicou o BAD.
"A inflação aumentou em África desde o início da pandemia de covid-19 e permanece teimosamente elevada, ameaçando a estabilidade macroeconómica", acrescentou.
As pressões inflacionistas "foram alimentadas pelo aumento dos preços globais dos alimentos e da energia, bem como por fatores internos, como os benfícios fiscais, os choques na oferta agrícola e os efeitos da depreciação das moedas nacionais em relação ao dólar americano", acrescentou.
Além disso, "o crescimento em África abrandou, com um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) estimado em 3,2% em 2023, em comparação com 4,1% em 2022", explicou a organização.
Entre as razões para este facto estão a pandemia de covid-19, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a instabilidade política em várias regiões do continente, acrescentou.
Apesar desta queda no crescimento médio em 2023, "15 países africanos - liderados pela Etiópia, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Maurícias e Ruanda - registaram aumentos de produção superiores a 5%", notou o banco continental.
O forte crescimento nestes países "reflete o impacto positivo de uma recuperação das despesas de investimento, uma recuperação sustentada do turismo, um forte desempenho do setor mineiro e os benefícios da diversificação económica".
Em 2024, o crescimento deverá atingir 3,8% em África, uma "taxa generalizada em todos os setores", deu conta o BAD, que disse acreditar que "as economias do continente permanecem resilientes".
O continente deverá também "ter 11 das 20 economias com crescimento mais rápido do mundo", assinalou.
Além disso, "África continua a ser a segunda região com o crescimento mais rápido, a seguir à Ásia", ressalvou.
Os números para 2023 e as projeções para 2024 traduzem, no entanto, "variações consideráveis de uma região do continente para outra", segundo o BAD.
Para impulsionar o crescimento em África, o BAD propõe uma série de medidas, entre as quais a adoção de políticas monetárias que estabeleçam um equilíbrio entre "o controlo da inflação elevada e a criação de incentivos ao crescimento".
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