Segundo o diretor-geral do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) angolano, há uma atividade crescente de agências privadas de emprego no país com recurso a plataformas online para gerir a procura e oferta de emprego.
"Mas existe muito trabalho por se fazer para consolidarmos o mecanismo de colocação à nossa realidade", disse Manuel Mbangui, realçando que as 120 agências atuam sob licença do instituto, ao qual periodicamente reportam a sua atividade.
Em declarações à Lusa, a propósito das ações desenvolvidas pelo INEFOP em 2023, o responsável enalteceu a atuação das agências intermediárias, que, no ano passado, conseguiram colocar mais de 80% dos candidatos que se registaram.
O INEFOP controla atualmente 78 centros de emprego em Angola, instituições que além da componente da colocação e oferta de emprego também trabalham no processo de informação e orientação profissional dos cidadãos que aí acorrem em busca de emprego.
"No ano passado, tivemos, a nível de informação e orientação profissional, mais de 194.000 candidatos que passaram por algum processo de informação ou de orientação profissional nos nossos centros", explicou.
Manuel Mbangui destacou igualmente os estágios profissionais promovidos pelo INEFOP, que possibilitam maior aproximação entre os centros de emprego e as empresas, dando nota de que mais de 50 jovens estão em estágio na Petromar, empresa do setor petrolífero.
"Recentemente, também um grupo de 35 jovens terminou o seu estágio profissional no Candando (hipermercado), todos eles saídos dos centros de emprego, e assim as empresas vão conhecendo os nossos serviços e essa aproximação é saudável", notou.
O responsável disse ainda que a instituição que dirige está a terminar as atualizações dos seus portais de emprego, com vista a intensificar este ano a campanha para a utilização do "inefop.gov.ao", mecanismo de inserção de candidaturas de emprego, orientação e estágios profissionais.
Apontou igualmente a intensificação do programa de formação do capital humano, ligado à área de emprego, como ação relevante a ser desenvolvida em 2024, porque atualmente o processo de recrutamento é cada vez mais exigente e esses profissionais "devem ter conhecimento de gestão de recursos humanos, gestão emocional, realização de testes psicotécnicos", justificou.
O diretor-geral do INEFOP afirmou que, para dar suporte ao candidato no processo de entrevista, é preciso conhecer a legislação, pelo que se vai "intensificar" a formação dos técnicos de emprego.
Dados divulgados na semana passada indicam que a taxa de desemprego em Angola aumentou 2,2 pontos, para 31,9%, no último trimestre de 2023, com 80,5% dos empregados a trabalhar no setor informal.
Angola tem 5,4 milhões de pessoas desempregadas, divididas entre 2,5 milhões de homens e 2,9 milhões de mulheres, segundo os dados do INE.
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