O regulador de valores mobiliários chinês acusou esta semana a Evergrande e o seu fundador de adulterarem as receitas do grupo na China em quase 80 mil milhões de dólares (cerca de 73 mil milhões de euros) em 2019 e 2020.
A Bloomberg, que cita fontes anónimas, referiu que as autoridades chinesas contactaram alguns dos contabilistas da PwC, uma das quatro maiores empresas de auditoria do mundo, no âmbito da investigação a Xu Jiayin, o fundador do grupo, que se tornou um dos rostos mais visíveis da crise imobiliária chinesa.
De momento, salientaram as mesmas fontes, não foi tomada qualquer decisão sobre uma eventual punição contra auditora.
No início de 2023, a PwC anunciou o seu afastamento da auditoria à Evergrande devido a discrepâncias sobre a quantidade de informação recebida para avaliar as contas da empresa relativas ao exercício de 2021.
A PwC demitiu-se igualmente da auditoria de pelo menos uma dúzia de empresas do setor nos últimos dois anos.
Os reguladores de Hong Kong alargaram uma investigação aberta em 2021 para analisar as auditorias da PwC às contas da Evergrande relativas ao exercício de 2020.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários (CSRC) planeia impor uma multa de 4,2 mil milhões de yuan (533 milhões de euros) à Evergrande, de acordo com um comunicado da empresa enviado à Bolsa de Valores de Shenzhen.
Com sede em Foshan (sul da China), a Evergrande era a maior construtora da China, empregando cerca de 70.000 pessoas a tempo inteiro no final de 2022.
A empresa acumulou dívidas ao ponto de o seu passivo ultrapassar os 300 mil milhões de dólares e tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário chinês, que se arrasta há vários anos e está a abalar toda a economia do país.
Incapaz de reembolsar os juros dos seus empréstimos, a Evergrande entrou em incumprimento em dezembro de 2021.
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