Lucros do BCP sobem 8,4% para 234,3 milhões no 1.º trimestre
O Millennium BCP teve lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 8,4% do que nos primeiros três meses de 2023, anunciou hoje o banco ao mercado em comunicado.
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A margem financeira (a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) subiu 4,8% para 696,2 milhões de euros e as comissões ficaram praticamente estáveis (variação de 0,5%) nos 196,4 milhões de euros.
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, no Tagus Park (Oeiras), o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse que este foi "um bom trimestre" e destacou que o banco que o BCP tem na Polónia (Bank Millennium) registou lucros pelo sexto trimestre consecutivo, de 29,7 milhões de euros, isto apesar dos custos da operação polaca com empréstimos concedidos no passado em francos suíços.
O banco aponta que o aumento dos lucros "reflete o desempenho favorável da atividade em Portugal", mas que o impacto foi "atenuado pelos menores resultados obtidos pela atividade internacional face ao primeiro trimestre de 2023".
Em Portugal, os lucros foram de 203,5 milhões de euros (mais 18,4% face ao primeiro trimestre de 2023) o que segundo o banco se deve à redução de imparidades e provisões (para perdas sobretudo com créditos) e gestão dos custos operacionais.
A operação na Polónia, apesar de uma quebra homóloga de 49%, obteve lucros pelo sexto trimestre consecutivo, alcançando um resultado positivo de 29,7 milhões de euros no período, enquanto em Moçambique a descida de 24% se traduziu em lucros de 22,6 milhões de euros.
Em sentido inverso, as outras operações internacionais passaram de um prejuízo próximo dos 3,2 milhões de euros para um lucro de cerca de 800 mil euros.
Tanto a margem financeira como as comissões tiveram descidas de 0,2% em termos homólogos na atividade em Portugal, para, respetivamente, 339,9 milhões de euros e 141,7 milhões de euros.
Os custos operacionais avançaram 14,7%, para 308,1 milhões de euros, evolução que o banco atribui quer ao aumento dos custos com pessoal (+14,8%), quer a outros gastos administrativos (+18,5%).
As imparidades e outras provisões caíram 38,9% no primeiro trimestre, um desempenho que "reflete, maioritariamente, a redução das provisões adicionais para fazer face ao risco de litigância implícito na carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira na subsidiária polaca (-57,1 milhões de euros, de 174,5 milhões de euros para 117,4 milhões de euros", explica o banco no comunicado.
Segundo o BCP, o crédito hipotecário em francos suíços representa agora 2,9% do crédito a clientes na Polónia, mantendo a redução regular que tem registado nos últimos trimestres (em 2008 era 54,6% e no período homólogo representava 2,2%). Quanto a processos individuais em tribunal, no primeiro trimestre eram 21.725.
O Bank Millennium tem vindo a fazer acordos extrajudiciais com clientes a propósito dos créditos em francos suíços, para reduzir os riscos deste processo, tendo feito 1.104 acordos no primeiro trimestre com um custo de 27,3 milhões de euros.
A carteira de crédito (bruto) consolidado do BCP totalizava 56.822 milhões de euros no final de março, menos 0,8% face à mesma data de 2023, tendo recuado, em Portugal, 3,8%, para 38.409 milhões de euros.
Sobre a redução da carteira de crédito em Portugal, que em termos nominais foi de cerca de 1.528 milhões de euros, Miguel Maya considerou que tal é resultado da "economia a arrefecer".
Os depósitos de clientes aumentaram 7,7% para 80.809 milhões de euros, enquanto os recursos totais de clientes avançaram 7,0%, para 98.542 milhões de euros.
Quanto a indicadores de solvabilidade, o rácio de capital CET 1 era em março de 16,0% (acima dos 13,6% de março de 2023).
Em março, o BCP tinha 6.269 empregados em Portugal, menos quatro funcionários do que em março de 2023, enquanto a sua rede comercial se reduziu em nove no mesmo período, para 399.
[Notícia atualizada às 18h18]
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