Banco de Exportações e Importações dos EUA não tem estratégia para África
O Banco de Importações e Exportações dos EUA (Ex-Im) não tem uma estratégia clara para África e o comércio que deveria apoiar está a reduzir-se, diz uma auditoria da inspeção-geral norte-americana.
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De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o inspetor-geral adjunto encarregue das revisões e comunicações, escreveu num relatório que a agência oficial dos Estados Unidos da América com o objetivo de apoiar empregos americanos ao facilitar bens e serviços para o estrangeiro "não conseguiu melhorar o seu desempenho com sucesso" na África subsaariana.
O relatório também concluiu que não existe um escritório ou departamento com a responsabilidade de supervisionar a estratégia para a região onde estão os países africanos lusófonos e que os programas do banco tinham efeito pequeno ou nulo no emprego.
A avaliação sobre o desempenho do Ex-Im, que trabalha na África subsaariana desde os anos 40, surge na mesma altura em que o Presidente dos EUA, Joe Biden, aumentou os esforços para se envolver no continente, num contexto de competição com a China por minerais críticos para a transição para fontes de energia mais limpas.
Na resposta às conclusões, o banco lembra que tem "a maior exposição de crédito [em África] que em qualquer outra região" e acrescenta que a análise "negligenciou elementos críticos que poderiam ter alterado as conclusões".
Desde 2022, a presidente desta agência norte-americana, Reta Jo Lewis, viajou oito vezes a África, tendo reunido com mais de 60 Presidentes e governantes, lembra o Ex-Im, acrescentando: "O relatório não apresenta uma imagem abrangente dos nossos esforços na região".
O período coberto pelo relatório vai entre 2013 e 2023, mas durante quatro desses anos, o Ex-Im não podem autorizar financiamentos porque não tinha quórum na direção, pelo que as autorizações de crédito e investimento mantiveram-se abaixo dos níveis de 2014, exceto para Moçambique e Angola, lê-se no relatório.
Em 2019, o banco autorizou um empréstimo de 5 mil milhões de dólares, cerca de 4,6 mil milhões de euros, para o projeto de exploração de gás natural no norte de Moçambique, liderado pela TotalEnergies, e aprovou outro empréstimo de 907 milhões de dólares (834 milhões de euros) para painéis solares em Angola no ano passado.
O Ex-Im é também uma das instituições financeiras envolvidas no projeto do Corredor do Lobito, uma ligação de costa a costa que liga a Zâmbia ao porto do Lobito.
Desde 2020, os EUA foram o quarto parceiro comercial da África subsaariana, atrás da China, Índia e Emirados Árabes Unidos, conclui a Bloomberg.
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