"Não concordamos com o recurso ao lay-off. Entendemos que se este lay-off avançar será uma aplicação abusiva da lei. Um processo lay-off só deve acontecer numa situação de crise empresarial, não para uma modernização da empresa, que, no caso da Autoeuropa, até já estava programada", disse o coordenador da USS, Luís Leitão.
O sindicalista falava à agência Lusa pouco depois de ter sido recebido no Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal (CDSSS) para manifestar a posição daquela estrutura sindical afeta à CGTP/IN e para tentar saber se o recurso da Autoeuropa ao lay-off vai ser viabilizado.
"Na Segurança Social disseram-nos que ainda não tinham conhecimento deste processo, a não ser pelo que já tinha sido noticiado pela comunicação social", disse o coordenador da USS, adiantando que vai solicitar a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).
"Vamos pedir a fiscalização do processo para se perceber se está tudo a ser cumprido dentro da legalidade. Entendemos que se este lay-off avançar será uma aplicação abusiva da lei, porque o lay-off só deve ser aplicado numa situação de crise e não no âmbito de um projeto de modernização, que, neste caso, até já estava programado", sublinhou.
A Autoeuropa anunciou no passado dia 09 de maio a intenção de recorrer ao lay-off num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho, no âmbito da modernização da fábrica de Palmela, no distrito de Setúbal,
Algumas alterações previstas destinam-se a preparar a fábrica para a produção de novos modelos de automóveis. Outras, que se inserem na estratégia de descarbonização das unidades industriais do grupo alemão `Zero Impact Factory´, visam alcançar uma redução de 85% nas emissões de CO2.
Segundo revelou a comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, os trabalhadores em lay-off não vão ter qualquer quebra de rendimentos, uma vez que os salários e subsídios de turno serão assegurados com o pagamento de 46,6% do salário e subsídio de turno pela Segurança Social, e de 33,4% pela empresa, sendo os restantes 20% compensados através de `down days´ que, na prática, também são pagos pela Autoeuropa.
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