Reserva Federal norte-americana mais pessimista admite "maiores riscos"
A Reserva Federal norte-americana (Fed) disse hoje que está mais pessimista quanto à economia dos EUA, admitindo "maiores riscos".
© Reuters
Economia EUA
A Fed deu conta desta situação no seu Livro Bege, no qual referiu que a atividade energética permaneceu praticamente estável, enquanto o balanço do setor agrícola foi misto, uma vez que as condições de seca diminuíram em alguns distritos.
No entanto, as finanças e os rendimentos agrícolas continuam a ser "uma preocupação", segundo o documento, citado pela agência Efe.
O Livro Bege é uma publicação do regulador norte-americano que analisa as condições económicas atuais nos 12 distritos em que a Fed divide os Estados Unidos, com base em informações qualitativas recolhidas por cada um.
A entidade observou, ainda assim, que a atividade económica doméstica continuou a expandir-se desde o início de abril até meados de maio.
No entanto, as condições variaram entre setores e distritos, com a maioria a reportar um crescimento ligeiro ou modesto, enquanto dois não registaram alterações.
No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 1,6%, um valor baixo, mas sólido, face à fraca dinâmica da economia mundial.
A Fed acrescentou que, desde o seu relatório anterior, publicado em meados de abril, os preços subiram a um ritmo "moderado" e espera-se que continuem a subir a curto prazo, o que poderá indicar que os cortes nas taxas de juro serão adiados.
A taxa de inflação dos EUA desceu em abril para 3,4%, após dois meses de aumentos consecutivos, estando ainda longe do objetivo de 2%.
Entretanto, a inflação subjacente, o principal valor analisado pela Fed na sua tomada de decisões, caiu em termos anuais para 3,6%.
Num evento em Bruxelas este mês, o presidente da Fed, Jerome Powell, reiterou que é "provável" que a sua instituição mantenha as taxas no seu nível atual na próxima reunião de 11 e 12 de junho, e insistiu que estas deverão permanecer elevadas durante mais tempo do que o previsto.
As taxas situam-se atualmente no intervalo de 5,25% a 5,5%, o nível mais elevado dos últimos 23 anos. Estão neste nível desde julho do ano passado, após onze subidas desde março de 2022.
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