Capitalização da bolsa moçambicana cresceu 4% em três meses
A capitalização da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) atingiu no final do primeiro trimestre o equivalente a quase 3.000 milhões de euros, mais 4% face a dezembro, segundo dados oficiais compilados hoje pela Lusa.
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Economia Mercado
A capitalização da BVM - aproximação do valor de mercado das empresas e títulos -- tinha atingido no final de dezembro de 2022 os 164.290 milhões de meticais (2.570 milhões de euros) e subiu um ano depois para 183.989 milhões de meticais (2.878 milhões de euros).
No final de março voltou a subir, para mais de 191.404 milhões de meticais (2.994 milhões de euros), equivalente a 26,88% do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano, de acordo com dados da BVM.
A bolsa moçambicana fechou o primeiro trimestre com um volume de negócios superior a 8.627 milhões de meticais (135 milhões de euros) e 86 títulos cotados.
Estão cotadas na bolsa de Moçambique empresas como a Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, a Cervejas de Moçambique, a Hidroelétrica de Cahora Bassa, a Arko Seguros ou a Rede Viária de Moçambique, entre outras.
A capitalização da BVM já tinha crescido quase 200% desde 2016, anunciou em janeiro, entrevista à Lusa, o presidente da instituição, mas apontando a necessidade de diversificar as operações além das Obrigações do Tesouro (OT).
"Atualmente, a capitalização bolsista continua a ser fortemente influenciada pelo peso das Obrigações do Tesouro, cerca de 85%, nomeadamente pelo número e volume das suas novas emissões, já o peso na capitalização bolsista pela variação do seu preço de cotação não tem relevância significativa", explicou Salim Valá.
A evolução da capitalização bolsista resulta da valorização do mercado acionista e dos mercados obrigacionistas, casos das OT, Obrigações Corporativas e Papel Comercial, e depende de novas emissões, exclusões ou valorização dos preços de cotação.
"Desde o arranque do funcionamento da BVM, em 1999, que a capitalização do mercado tem conhecido um crescimento positivo, destacando o incremento notável desde 2016, onde até ao final de 2023 a evolução foi de mais 197,3%", reconheceu Valá.
"Apesar dos fatores económicos adversos", prosseguiu, a evolução da capitalização bolsista tem sido positiva ao longo dos anos, "evidenciando a resiliência do mercado de capitais", tendo tido um crescimento de 12% em 2023, quando em 2022 havia sido de 30,3%, "em virtude do elevado número de emissões de OT", e em 2021 de 10,4%.
"No entanto, acredito que a evolução da capitalização bolsista continue a sua trajetória ascendente nos próximos anos, o mesmo acontecendo com um dos indicadores bolsistas correlacionados, o rácio de capitalização bolsista face ao PIB, que atualmente é de 25,8%, onde um dos objetivos estratégicos da BVM é que seja de 35% até ao final de 2028, ao nível da média da África subsaariana", destacou Valá.
[Notícia atualizada às 09h46]
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