Segundo a Sociedade de Estudos de Consumo (GfK) e o Instituto de Decisões de Mercado de Nuremberga (NIM), fundador desta consultora, o indicador de consumo - elaborado entre 30 de maio e 10 de junho com base na opinião de cerca de 2.000 inquiridos e que mede a confiança dos consumidores - desce 0,8 pontos, passando de 21 negativos este mês para 21,8 negativos na previsão para julho.

Esta descida deve-se principalmente a um ligeiro aumento da propensão para a poupança, já num nível elevado, com o indicador correspondente a subir 3,2 pontos para 8,2 pontos em junho.

De acordo com Rolf Bürkl, especialista em consumo do NIM, "a interrupção da recente tendência ascendente da confiança dos consumidores mostra que o caminho para sair do abrandamento do consumo será difícil e que poderão ocorrer recuos repetidos".

Acrescentou que a taxa de inflação ligeiramente mais elevada na Alemanha, novamente em maio, gera mais incerteza entre os consumidores, o que também se reflete no aumento da propensão para poupar.

"Para uma recuperação sustentável do clima de consumo, os consumidores precisam de segurança de planeamento, além do atual crescimento dos rendimentos reais, o que é particularmente necessário para as compras domésticas de maior dimensão", afirmou.

Para Bürkl, "esta segurança de planeamento pode regressar se, por um lado, a pressão no sentido da subida dos preços continuar a ser refreada e, por outro, se forem apresentadas aos consumidores perspetivas claras para o futuro".

"Para isso, é necessário que o Governo comunique rápida e claramente os encargos e as reduções que lhes serão impostos pelas próximas discussões orçamentais. Nessa altura, os aumentos reais significativos dos rendimentos podem materializar-se e os consumidores estarão mais dispostos a gastar mais", afirmou.

A clara tendência ascendente das expectativas de rendimento foi interrompida em junho, pelo menos por enquanto, e após quatro subidas consecutivas, o indicador correspondente perdeu 4,3 pontos, passando para 8,2 pontos, embora tenha aumentado um pouco menos de 19 pontos em relação ao ano passado.

A principal razão para a descida moderada das perspetivas de rendimento deverá ser o aumento da taxa de inflação, que se situou em 2,4% em maio, contra 2,2% em abril e março.

A propensão dos consumidores para comprar continua a registar poucos movimentos, com o indicador correspondente a um nível extremamente baixo há mais de dois anos, tendo perdido 0,7 pontos este mês para 13 negativos, e registado um ligeiro aumento de 1,6 pontos face ao ano passado.

A atual relutância em gastar deve-se, em grande parte, ao aumento dos preços, porque se as famílias tiverem de gastar mais em alimentos e energia, não terão recursos para fazer compras maiores.

Além disso, a falta de segurança de planeamento faz com que as pessoas sejam mais propensas a reservar recursos para emergências ou afins, que, por conseguinte, também não estão disponíveis para o consumo.

As esperanças dos alemães de uma rápida recuperação económica no final deste ano foram atenuadas em junho e o seu indicador correspondente perdeu 7,3 pontos para 2,5 pontos, após quatro subidas consecutivas.

Apesar do declínio de junho, espera-se que a recuperação económica da Alemanha continue na segunda metade do ano, embora os consumidores acreditem que será bastante fraca e alguns especialistas esperem uma ligeira aceleração apenas no próximo ano.

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