Conselho de administração do Arsenal do Alfeite renuncia ao cargo
O conselho de administração do Arsenal do Alfeite apresentou a sua renúncia ao cargo, confirmou hoje a Lusa junto de fonte oficial deste órgão e da comissão de trabalhadores do estaleiro.
© Lusa
Economia Arsenal do Alfeite
De acordo fonte deste órgão, a renúncia do atual presidente do conselho de administração do Arsenal do Alfeite, José Luís Serra Rodrigues, e da vogal que compunha a restante administração, já foi apresentada ao acionista IdD Portugal Defence, a 'holding' estatal que detém o estaleiro.
Também a Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite confirmou à Lusa esta renúncia.
O presidente do conselho de administração, José Luís Serra Rodrigues, tomou posse em janeiro de 2021, depois de o seu antecessor José Miguel Antunes Fernandes, se ter demitido por "motivos pessoais".
No passado dia 25 de junho, o ministro da Defesa Nacional afirmou que recebeu o Arsenal do Alfeite "tecnicamente falido" e que contraiu empréstimos de cerca de dois milhões de euros para pagar salários e cumprir obrigações fiscais.
"Recebemos um Arsenal do Alfeite tecnicamente falido, com inúmeros navios retidos muito acima do prazo previsto para a sua manutenção, causando um dano grande para o cumprir de missões, para a eficácia da Marinha Portuguesa mas a que teremos de dar resposta", anunciou.
Na altura, o governante e presidente do CDS-PP disse ter pedido que lhe fosse apresentado, no prazo de 30 dias, um conjunto de "possibilidades de saneamento da situação trágica financeira atual do Arsenal do Alfeite e propostas quanto a possíveis medidas que tenham em vista um outro modelo que garanta à Marinha portuguesa o que a Marinha necessita".
Na semana passada, a comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite pediu ao ministro da Defesa uma reunião para saber que medidas estão a ser estudadas para resolver a atual situação financeira do estaleiro, que querem manter público.
O Arsenal do Alfeite já atravessou, no passado, graves problemas financeiros que se chegaram a traduzir em atrasos de salários e até do subsídio de Natal em 2020 aos mais de 400 trabalhadores que constituem esta empresa, responsável pela reparação e manutenção dos navios da Marinha portuguesa.
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