Banco de Moçambique tem margem para reduzir ainda mais taxa de juro
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que o Banco de Moçambique tem margem para reduzir "ainda mais" a taxa de juro diretora do país, após três descidas este ano, medida que defende ser essencial para impulsionar a economia.
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Economia FMI
"A política monetária entrou num ciclo de flexibilização e uma maior flexibilização continua a ser essencial para conter o impacto de uma política restritiva no crescimento e na estabilidade financeira", lê-se num extenso relatório do FMI da quarta avaliação ao programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês), concluída este mês, consultado hoje pela Lusa.
Acrescenta que Moçambique tem atualmente "taxas de juro reais em torno de 12%" e "expectativas de inflação bem ancoradas", mas "crescimento abaixo do potencial, crescimento negativo do crédito e uma consolidação fiscal contínua".
Pelo que, refere o relatório, o Banco de Moçambique "tem amplo espaço para reduzir ainda mais a taxa diretora".
"A redução dos rácios de reservas obrigatórias também ajudaria a aliviar a situação de escassez de financiamento", defende o FMI.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 31 de janeiro descer a taxa de juro de política monetária, designada por MIMO, de 17,25% em vigor desde setembro de 2022, para 16,50%, a primeira descida desde 2020, seguindo-se outra em março.
Em 27 de maio foi determinada nova quebra, agora para 15%, justificada com a perspetiva da inflação a manter-se em um digito no médio prazo.
"O CPMO do Banco de Moçambique decidiu reduzir a Taxa de Juro de Política Monetária, Taxa MIMO, em um dígito, de 15,75% para 15%", disse o governador do Banco de Moçambique, durante a apresentação das medidas tomadas pelo regulador financeiro moçambicano.
"Esta decisão é sustentada pela contínua consolidação das perspetivas de inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas e associados às projeções, mantém-se favorável", declarou Zandamela.
Para o médio prazo, continuou, mantém-se as perspetivas de uma inflação em dígito, refletindo, sobretudo, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas.
O banco central acrescentou que "continuará com o processo de normalização da Taxa MIMO, no médio prazo, no entanto, o ritmo e a magnitude continuará a depender das perspetivas de inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projeções de médio prazo", referiu.
A próxima reunião do Comité de Política Monetária será em 31 de julho.
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