Os resultados da sessão bolsista indicam que o índice seletivo Dow Jones, que viveu a sua pior sessão desde 2022, acabou a perder 2,60%, o tecnológico Nasdaq a desvalorizar 3,43%, para o mínimo desde maio, e o alargado S&P500 a recuar três por cento, no que foi o seu pior dia nos últimos dois anos.
Na sua conta na rede social Substack, Reich afastou liminarmente a principal explicação apontada para a queda bolsista, a saber, a contração dos investidores perante o risco de recessão nos EUA.
Direto, Reich escreveu: "Parvoíce. Os EUA não enfrentam qualquer recessão iminente. A economia [dos EUA] continua a crescer. Não há razão para pânico".
A situação presente, no seu entendimento, deve-se a dois fatores - o nível da taxa de juro e a situação no Médio Oriente.
"Na verdade, o presidente da Fed [Reserva Federal, o banco central dos EUA], Jerome Powell, deveria ter começado a cortar a taxa de juro na última reunião da Fed, mais do que esperar por setembro", considerou.
Considerou ainda que o nível atual da taxa - 5,3% - é "demasiado alto" e que "o objetivo da Fed de uma inflação de dois por cento é demasiado baixo".
Sobre o Médio Oriente, disse que "o mundo está justificadamente preocupado com esse 'barril de pólvora' -- e a insistência de Netanyahu em manter o poder [em Israel] através da intensificação da guerra".
Em todo o caso, Reich recordou que "o mercado bolsista não é a economia real. (...) Que os 10% dos [norte-]americanos mais ricos possuem mais de metade de todo o stock de ações".
A economia real, contrapôs, "consiste nas pessoas trabalhadoras médias", cuja despesa determina quanto e quão rápido o emprego aumenta.
O que se passou na sexta-feira, quando se conheceu um relatório do governo com um crescimento do emprego abaixo do que estava a ser habitual, foi atribuído por Reich às taxas de juro estarem demasiado altas e ao poder das grandes empresas em manterem os preços elevados.
Por fim, aponta quatro lições da queda bolsista de hoje, a primeira é que não há razão para pânico.
A segunda é que Powell deve cortar a taxa de juro de referência da Fed em meio ponto percentual em setembro.
A terceira é a necessidade de uma forte legislação promotora da concorrência.
Por fim, recomenda que não se dê ouvidos aos que fazem "prognósticos económicos".
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