Segundo uma análise da Randstad Research, "o emprego no segundo trimestre cresceu apenas no setor dos serviços, mas não graças à hotelaria".
Olhando para os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados este mês, é possível verificar que a população empregada nos serviços aumentou 2,2%, mas na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca caiu 8,6% e na indústria, construção, energia e água recuou 1,4%.
O BPI Research também destaca que o aumento homólogo do emprego "é explicado, em larga medida, por duas atividades económicas no sector dos serviços": comércio e reparação de veículos automóveis e motociclos (+44.700 pessoas) e da educação (+38.100 indivíduos).
Como salienta a Randstad Research, "o aumento da população empregada não foi generalizado em todos os setores, existindo apenas um aumento no setor dos serviços de 72.800 pessoas, que compensou às quedas dos outros setores", sendo que entre os 16 setores analisados pelo INE, "registaram-se quedas de emprego em sete no segundo trimestre".
É de notar também que "o aumento do emprego no segundo trimestre do ano é um fenómeno relativamente comum nos países com uma forte indústria turística como Portugal, devido a vários fatores sazonais e económicos", mas neste ano foi diferente já que "houve uma queda no emprego no setor do alojamento, restauração e similares".
No período de abril a junho, a população empregada no alojamento, restauração e similares recuou 9,1% em termos homólogos e 2,1% face ao trimestre anterior.
Assim, os setores com maior crescimento trimestral do emprego "não estiveram relacionados com a atividade turística: educação (+19.300 pessoas, 4,6%) e a administração pública e defesa e segurança social obrigatória (+17.400 pessoas, 5,3%)", assinala a Randstad Research.
Os últimos dados do INE sobre a atividade turística mostram que esta manteve a trajetória de crescimento em junho, mas com "sinais de abrandamento". O crescimento dos proveitos da atividade turística também desacelerou no sexto mês do ano.
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