Esforços do governo mantêm 'rating' de Angola. Desafios impedem melhoria
A consultora Oxford Economics considera que a manutenção do 'rating' de Angola em B- pela Standard & Poor's traduz esforços do governo para estabilizar a produção petrolífera e a despesa pública, mas notam que não houve melhoria.
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Economia Oxford Economics
A manutenção do 'rating' de Angola "é uma prova dos esforços do governo para estabilizar a produção petrolífera, controlar a despesa pública e reduzir a dependência do país dos empréstimos chineses garantidos pelo petróleo", escrevem os analistas da consultora Oxford Economics num comentário à manutenção do rating de Angola em B-.
"Apesar da recente quebra dos preços do petróleo, que contribuiu para uma renovada desvalorização da moeda e fraca diversificação económica, as agências de 'rating' não pioraram a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de Angola", acrescentam os analistas.
No entanto, apontam, o facto de não terem melhorado o nível mostra a elevada dimensão dos desafios económicos do segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana.
"As elevadas necessidades de financiamento externo e a contínua vulnerabilidade do preço do petróleo e os choques cambiais impedem que Angola melhore o rating", concluem.
No início desta semana, a agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) manteve o 'rating' de Angola em B-, com perspetiva de evolução estável, salientando que apesar de a dívida descer este ano, o país está muito dependente do câmbio e do petróleo.
"A capacidade de Angola pagar as suas obrigações de dívida comercial é limitada pelas elevadas vulnerabilidades orçamentais e externas", lê-se na nota que acompanha a decisão de manter o 'rating' em B-, na qual aponta que apesar de o serviço da dívida ser menor este ano, "a credibilidade do governo vai continuar suscetível a movimentos adversos na taxa de câmbio e á dinâmica do setor do petróleo até que haja uma diversificação significativa" da economia.
A S&P reconhece que a recente revisão do Produto Interno Bruto (PIB) mostra uma economia de valor 13% maior do que dantes, mas salienta que "o crescimento económico, principalmente numa base 'per capita', continua baixo devido aos sucessivos choques e à inflação mais elevada".
Na atualização do cenário macroeconómico para o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, a S&P antecipa agora um crescimento de 3% este ano, acelerando face aos 0,9% do ano passado, e acima dos 2% previstos para 2025 e dos 1,6% estimados para os dois anos seguintes.
O rácio da dívida pública face ao PIB, por seu lado, deverá melhorar de 70,6% em 2023 para 61,3% este ano, continuando a cair até aos 57% em 2027.
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