Investimento em IA em Portugal deverá crescer para 79,8 milhões este ano
O 'country manager' da IDC Portugal prevê, em entrevista à Lusa, que as empresas portuguesas invistam este ano um total de 79,8 milhões de euros em inteligência artificial (IA), uma subida homóloga de 33%.
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Tech IDC Portugal
"A nossa previsão é que, para este ano, as empresas portuguesas invistam um total de 79,8 milhões de euros, em plataformas e aplicações de IA, o que representa um crescimento de 33,4% face a 2023", diz o também vice-presidente do grupo, Gabriel Coimbra.
No ano passado, "o investimento em IA cifrou-se em 59,8 milhões de euros, em plataformas e aplicação com esta tecnologia", acrescenta.
Na perspetiva da IDC, "o impacto da IA generativa é enorme, mas exige a priorização de um conjunto identificado de casos de uso, ou seja, uma iniciativa financiada pelo negócio, suportada por tecnologia, que entrega um resultado mensurável", prossegue o responsável.
Neste âmbito, "podemos definir três tipos de casos de uso de IA generativa que precisam de ser avaliados em função do seu impacto a curto, médio e longo prazo", afirma.
No que respeita ao impacto a curto prazo -- casos de uso de IA generativa para aumento da produtividade --, estes "estão alinhados com as tarefas de trabalho atuais, como resumir um relatório, gerar uma descrição de trabalho ou gerar código de 'software'".
Estas funcionalidades para melhoria da produtividade "já estão a ser incorporadas em aplicações existentes de produtividade e já estão a ser utilizadas por mais de 50% das empresas -- incluindo aqui ações concertadas na organização ou apenas a utilização individual por um colaborador", aponta Gabriel Coimbra.
Em termos de impacto a médio prazo -- casos de uso de IA generativa para uma função --, "os casos de uso de função empresarial terão ainda mais impacto do que os casos de uso para aumento da produtividade, mas numa perspetiva mais a médio prazo, porque tendem a integrar um modelo (ou vários modelos) com dados corporativos para a transformação de um departamento inteiro ou função específica", como 'marketing', vendas, aquisições, entre outros, elenca.
"Muitas organizações estão a testar esses tipos de casos de uso, mas estão preocupadas com o risco ao nível da propriedade intelectual e governança de dados", salienta.
Já no impacto a longo prazo -- casos de uso de IA generativa para uma indústria --, estes "serão os mais disruptivos, mas o impacto será mais a longo prazo porque requerem mais trabalho personalizado (e, em alguns casos, podem até exigir a construção de modelos próprios de IA generativa)".
Exemplos disso são a descoberta de fármacos generativos no setor da saúde, o 'design' de materiais generativos para a indústria, o desenvolvimento de novas formas gestão e transmissão de energia, entre outros.
"Tem como potencial criar grandes disrupções e ser uma fonte de criação real de valor empresarial para grandes empresas que consigam reunir, individualmente ou com o seu ecossistema, um conjunto suficientemente grande de dados e treiná-los e potenciar a descoberta de novos produtos e serviços", sublinha o 'country manager' da IDC Portugal.
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