"Vamos apresentar ao Governo este documento, exigindo que haja um aumento salarial de 6,5%, com um mínimo de 85 euros para todos os trabalhadores da administração pública com vista a repor poder de compra que foi perdido pela inflação", mas também "que já tem como resultado do acumular de perdas desde 2009, 2010 para cá e que é importante ter em consideração", adiantou hoje o secretário-geral da Fesap, José Abraão, em conferência de imprensa, em Lisboa, para apresentação do caderno reivindicativo.
A base remuneratória da administração pública (vulgo salário mínimo no Estado) é atualmente de 821,83 euros e a Fesap propõe que suba para os 906,83 euros em 2025.
Esta proposta de atualização salarial da Fesap é superior ao valor previsto no acordo de rendimentos assinado com o anterior governo que prevê que o salário mínimo nacional suba dos atuais 820 euros para 855 euros em 2025.
Durante a apresentação do caderno reivindicativo, José Abraão destacou que à luz das negociações da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o executivo tem a "oportunidade" de ir "mais além" no que toca "à valorização do acordo de rendimentos" assinado pelo anterior executivo "e até celebrar outro" que vigore "até ao final da legislatura". "Esperamos que tenha uma atitude positiva", afirmou.
A Fesap exige ainda que o subsídio de alimentação seja aumentado para oito euros, bem como a atualização das ajudas de custo, o aumento de todas as pensões da Administração Pública e a revisão de todas as carreiras não revistas, pedindo que para o efeito seja já estabelecido um calendário negocial já este mês. É preciso criar "carreiras especiais, seja para os administrativos, técnicos superiores, seja para os assistentes operacionais",precisou, dando como exemplo a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde criada no ano passado.
Para já, a Fesap diz-se disponível para negociar com o Governo estas matérias, mas "falhando" o processo negocial admite avançar com protestos e outras formas de luta.
A atualidade tem sido marcada pela proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que tem que ser entregue na Assembleia da República até 10 de outubro. Este será o primeiro orçamento feito pelo executivo liderado por Luís Montenegro, que tomou posse no início de abril.
[Notícia atualizada às 17h13]
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