Crescimento da economia do Japão entre abril e junho revisto em baixa

A economia do Japão cresceu 0,7% no segundo trimestre do ano em comparação com o período anterior, anunciou hoje o Governo nipónico, numa revisão em baixa do valor preliminar, que era de 0,8%.

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© Issei Kato/Reuters/Bloomberg via Getty Images

Lusa
09/09/2024 07:51 ‧ 09/09/2024 por Lusa

Economia

Japão

O valor revisto fica abaixo das expectativas dos analistas consultados pela agência de notícias financeiras Bloomberg, que contavam com um aumento de 0,8%, depois de uma descida de 0,6% no primeiro trimestre (valor também revisto hoje).

 

De acordo com a anterior estimativa, divulgada no início de julho, o produto interno bruto (PIB) do Japão, a terceira maior economia do mundo, tinha contraído 0,7% entre janeiro e março.

Em comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB japonês aumentou 2,9%, uma desaceleração face aos 3,1% anteriormente estimados, numa altura em que o consumo das famílias permanece fraco e o investimento abaixo do esperado.

Isto apesar do consumo das famílias ter aumentado 0,9% entre abril e junho, face ao primeiro trimestre do ano, após quatro trimestres consecutivos de queda, de acordo com dados oficiais divulgados hoje.

As grandes empresas japonesas prometeram um aumento sem precedentes, de 5,58% nos salários, na sequência das negociações anuais da Primavera, mas alguns analistas estão cépticos quanto aos benefícios que esta subida terá para a maioria da população.

O consumo no arquipélago tem sido fraco desde o início de 2022, tanto devido à inflação como à fraqueza do iene, acentuada pela política de taxas de juros baixos do banco central do Japão, fatores que enfraqueceram o poder de compra das famílias.

O Governo japonês lançou em junho uma campanha de redução de impostos para tentar combater a inflação, que se situou em 2,7% em julho, em termos homólogos.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) aumentou a taxa referência no final de julho, mas alertou que a política monetária estaria condicionada à estabilização da inflação na ordem dos 2%.

Os números do PIB "não terão realmente impacto na política monetária do BoJ. É improvável que aumente as taxas este mês, dada a instabilidade nos mercados financeiros", disse Takeshi Minami, economista da consultoria Norinchukin Research Institute.

O investimento das empresas em imobiliário entre abril e junho foi hoje revisto em alta, em 0,1 pontos percentuais, para 1,7%, face à primeira estimativa, enquanto o investimento empresarial não imobiliário foi revisto ligeiramente em baixa, para 0,8%.

As exportações japonesas aumentaram 1,5% no último trimestre, após uma queda ligada devido aos escândalos na indústria automóvel, que obrigaram a Daihatsu, subsidiária da gigante Toyota, a suspender temporariamente toda a produção.

"Os dados confirmam que a economia japonesa ainda não está livre de perigo", disse Stefan Angrick, da consultoria Moody's Analytics, que recordou "uma série de relatórios fracos do PIB que mostraram um declínio na produção durante a maior parte do ano passado".

Leia Também: Japão protesta novamente com China depois de navio em águas nipónicas

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