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Moody's melhora 'outlook' da Corporação Financeira Africana

A agência de notação financeira Moody's melhorou hoje a perspetiva de evolução da Corporação Financeira Africana (AFC), detida pelos Estados africanos, mantendo o rating em A3, argumentando que será possível manter ou melhorar a alavancagem dos ativos.

Moody's melhora 'outlook' da Corporação Financeira Africana
Notícias ao Minuto

12:07 - 26/09/24 por Lusa

Economia Finanças

"A mudança na perspetiva de evolução, de negativa para estável, é sustentada na nossa expetativa de que a AFC vai ser capaz de manter ou melhorar a alavancagem e que o histórico de desempenho dos ativos vai ser preservado", escrevem os analistas na análise que acompanha a nota que dá conta da decisão de manter o rating desta instituição financeira de desenvolvimento cujos acionistas são os Estados africanos, e que lidera o consórcio do Corredor do Lobito, entre Angola e Zâmbia.

 

"A melhoria das perspetivas de alavancagem em comparação com a tendência até 2021 reflete a forte estratégia de angariação de capitais próprios da instituição", acrescenta a Moody's, sublinhando que "o banco excedeu o seu objetivo de mil milhões de dólares entre 2019 e 2023 e pretende continuar a aumentar o capital próprio entre 2024 e 2028".

A reduziu do rácio de entrega de dividendos desde 2023 vai fazer com que a AFC possa "reter uma parte mais elevada dos lucros e a aumentar a base de capital de forma orgânica no futuro", mesmo trabalhando em países cuja notação financeira está muito abaixo do rating atribuído a esta instituição multilateral de financiamento.

"Apesar do aumento do risco-país em vários dos países onde a AFC opera no ano passado, o desempenho dos ativos tem-se revelado resiliente, num contexto de proteção eficaz do crédito", sublinham os analistas da Moody's.

Na nota, a agência de notação financeira escreve ainda que a decisão de manter o rating em A3, confortavelmente acima da linha de recomendação de investimento, "reflete a adesão da empresa às suas diretrizes prudenciais para salvaguardar a força financeira intrínseca da instituição, com base numa sólida adequação de capital e em amortecedores de liquidez de alta qualidade, proporcionais aos investimentos de capital e às exposições do setor privado em áreas de elevado risco do país".

A manutenção do rating, por seu lado, explica-se também pela "fraca base de apoio" dos acionistas, os países africanos, que têm ratings mais fracos e não seriam capazes de fornecer capital à AFC caso fosse necessário, principalmente tendo em conta que o Banco da Nigéria, com 39% do capital subscrito, e as instituições financeiras nigerianas, com mais 41%, representam a maior fatia dos acionistas da AFC.

A Corporação Financeira Africana foi criada em 2007 pelos países africanos para garantir "soluções pragmáticas para o défice de infraestruturas em África para o ambiente operacional desafiante", de acordo com o site, que dá conta que desde então já foram investidos 13 mil milhões de dólares, cerca de 11,6 mil milhões de euros, em projetos em 36 países, entre os quais estão os lusófonos Angola, Cabo Verde e Moçambique.

Num comunicado enviado à Lusa no seguimento do anúncio da Moody's, a AFC salienta que a manutenção do rating "é crucial para a AFC continuar a alavancar o seu rating e assim garantir os mais baixos custos de endividamento de qualquer instituição em África, para projetos transformadores em energia, recursos naturais, transportes e tecnologia que garantem uma rápida industrialização e a criação de emprego no continente".

Entre estes projetos estão a primeira central eólica do Djibuti e a liderança do consórcio do Corredor do Lobito, entre Angola e Zâmbia, cujo acordo de concessão foi esta semana assinado em Nova Iorque.

"Num contexto de condições financeiras e macroeconómicas globais desafiante, estamos muito contentes por receber este forte apoio da Moody's, uma alavanca chave no nosso acesso aos mercados globais de capital; isto reforça a nossa posição como um parceiro resiliente e confiável para um futuro mais próspero em África e um aliado indispensável na urgente mobilização de capital para construir a infraestrutura que integra África e permite a sua industrialização", comentou o presidente da AFC, Samaila Zubairu, citado no comunicado.

Leia Também: DBRS sobe 'rating' do Novo Banco em dois patamares

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