Com representantes de 40 países e centenas de organizações, "a conferência Angola Oil & Gas representa um catalisador para o investimento; o país está à beira de se tornar um 'hub' regional para o petróleo e gás, fazendo grandes progressos para maximizar os seus recursos para benefício da população regional", diz o diretor de eventos e projetos da conferência, Luís Conde, citado no site da Angola Oil & Gas.
Os números relativamente ao petróleo em Angola mostram a importância deste setor não só para as finanças públicas, mas também para a economia do país em geral.
No segundo trimestre deste ano, Angola exportou 96,8 milhões de barris de petróleo, mais 0,56% comparativamente ao trimestre anterior, e arrecadou 8,1 mil milhões de dólares (cerca de 7,4 mil milhões de euros), de acordo com os dados do governo, que revelam também que o preço médio de exportação foi de 84,9 dólares por barril, mais 1,98% do que no trimestre homólogo de 2023.
A China foi o principal destino das exportações, com 54,83% do volume total, seguindo-se Espanha com 8%, Índia (7,84%), Canadá (4,11%), França (3,71%) e África do Sul (3,5%).
Só em junho, o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana produziu 34,8 milhões de barris, tendo arrecadado o equivalente a mais de 750 milhões de euros, menos 20% do que no mês anterior devido à descida do preço do petróleo, de 87,69 dólares para 81,30 dólares.
A redução das receitas em junho mostra o perigo da dependência de uma matéria-prima para as contas do Estado, sempre sujeitas ao volátil mercado petrolífero.
Ainda assim, o petróleo é incontornável em Angola não só para financiar as despesas correntes, mas também para sustentar os investimentos nas energias renováveis e na diversificação económica, como sustentam analistas e agentes do setor, algo que o governo assume como fundamental, mas que não ocorre de um dia para o outro.
Na quarta e quinta-feira são esperados no Centro de Convenções Talatona, em Luanda, 2.500 delegados de 40 países, com mais de 100 oradores provenientes de 500 organizações.
A conferência será aberta na quarta-feira de manhã pelo ministro do Petróleo e Recursos Naturais, e contará com sessões em que participam os responsáveis da Totalenergies, Azule Energy, ENI e Chevron, para além dos ministros com a tutela do petróleo em Angola, República Democrática do Congo, Namíbia e Costa do Marfim, e da secretária-geral da Organização Africana de Produtores de Petróleo.
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