Redução das emissões poluentes anulada por subida nos emergentes

A agência de notação financeira Fitch Ratings divulgou hoje dados que mostram que a redução das emissões de gases poluentes nas economias avançadas está a ser anulado pelo aumento nos mercados emergentes, entre os quais o Brasil.

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© Reuters

Lusa
09/10/2024 15:41 ‧ 09/10/2024 por Lusa

Economia

Fitch Ratings

"Cinco países dos analisados pela Fitch viram um aumento anual nas emissões de dióxido de carbono no ano passado e todos eram mercados emergentes: Índia, China, México, Brasil e Rússia", lê-se numa análise desta agência de 'rating' às metas ambientais, com o título 'Descarbonização da economia mundial está a avançar demasiado devagar'.

 

Nestes países, acrescentam os analistas, "as altas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto levaram a um aumento das emissões, com um impacto mínimo quer da descarbonização da energia, quer da melhoria da eficiência energética do PIB".

No relatório, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Ratings salienta que, no ano passado, "pouco progresso foi feito na aceleração do ritmo da descarbonização do PIB mundial", ou seja, do peso das atividades poluentes no crescimento da economia.

As emissões globais de CO2 aumentaram 1,8%, em comparação com o crescimento do PIB de 2,9%; o rácio de emissões face ao PIB caiu um pouco mais de 1%, em linha com o declínio médio anual nos últimos 25 anos, mas massivamente abaixo do declínio anual de 8% que é preciso entre 2020 e 2030 para garantir as 'emissões zero' em 2050".

Ainda assim, é nas economias avançadas que a descarbonização mais está a avançar, com uma queda do rácio de emissões sobre o PIB de 6%.

Nas economias emergentes a média de crescimento do PIB esteve em linha com a evolução das emissões, nos 4,7%.

"Nem a eficiência energética nem a utilização de carbono na energia mostraram qualquer melhoria, o pior desempenho em mais de uma década", alerta a Fitch.

Os analistas avisam que "a falta de progresso na descarbonização dos mercados emergentes é particularmente preocupante devido ao seu ritmo de crescimento mais acelerado e à crescente percentagem no consumo mundial de energia".

Uma das razões que pode explicar o fraco desempenho dos mercados emergentes é a falta de investimento em projetos de energia limpa, com exceção da China, conclui a Fitch Ratings, lembrando um relatório da BloombergNEF, de janeiro deste ano, que aponta que quase todo o crescimento em investimentos em energia limpa foi feito em economias avançadas e na China.

Leia Também: Fitch sobe 'rating' de longo prazo da seguradora Fidelidade para A

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