Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,75%, o tecnológico Nasdaq perdeu 1,01% e o alargado S&P500 baixou 0,76%.
"O sentimento de venda está ligado à ASML, [que acabou o dia a perder 16,26%], que sugeriu que a procura [dos microprocessadores] não era tão sustentada quanto se previa", disse Quincy Krosby, da LPL Financial.
O grupo holandês, que está cotado em Amesterdão e Nova Iorque, é o único fornecedor de máquinas-instrumentos de última geração, indispensáveis à produção dos microprocessadores mais avançados.
Hoje, reviu em baixa o seu intervalo de previsões anuais e avisou que, se bem que o apetite pela inteligência artificial [IA] permanece forte, "há outros segmentos de mercado" que estão com dificuldades.
Em causa está desde logo a China, cuja economia tarda em recuperar depois da pandemia do novo coronavirus.
A notícia espalhou-se como mancha de óleo, tanto mais que a agência Bloomberg informou que o governo dos EUA queria limitar as exportações dos semicondutores mais sofisticados para o Médio Oriente, com receio que acabassem na China.
As restrições poderiam aplicar-se à Nvidia, que hoje perdeu 4,69%, mas também à AMD (-5,22%).
Além destes importantes operadores do setor, foi toda a indústria que tremeu, como é exemplificado por Broadcom (-3,47%), Micron (-3,71%), Texas Instruments (-4,22%) ou ainda pelo criador de semicondutores Arm (-6,89%).
Desde há dois anos que este mercado está com vigor, apoiando-se, em grande parte, na dita nova economia e no desenvolvimento da informática à distância, a designada 'cloud computing', e da inteligência artificial, que necessitam de quantidades elevadas de semicondutores.
Este alerta motivou operações de consolidação, leia-se: vendas, depois de uma série de recordes nos últimos dias.
O peso das notícias sobre os semicondutores provocou a menorização dos resultados divulgados antes da abertura da bolsa, apesar de alguns serem bons.
Por exemplo, Goldman Sachs (-0,07%), Bank of America (+0,55%) e Citigroup (-5,11%) apresentaram resultados acima das expectativas, graças às operações de financiamento e investimento, bem como às atividades de mercado.
Estes três bancos destacaram-se na emissão de obrigações e ações, bem como nas transações no mercado acionista.
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