O acordo de revisão da tabela salarial e das cláusulas de expressão pecuniária para este ano e para o próximo foi feito com a generalidade dos sindicatos bancários, com o Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) e com Mais Sindicato, SBC e SBN (sindicatos afetos à UGT).
A atualização salarial de 2024, de 3,2%, tem um mínimo de 65 euros e juntamente com o pagamento do salário de outubro será feito o acerto com retroativos a janeiro.
A CGD já estava a pagar salários com aumentos de 3% (com mínimo de 52,63 euros) -- uma atualização salarial unilateral muito criticada pelos sindicatos que acusaram o banco de com isso desrespeitar as negociações --, pelo que terá de acertar o valor para o aumento salarial agora acordado.
Além da tabela salarial, foi acordado um aumento do subsídio de refeição para 13 euros (mais de 4%) e do subsídio de apoio ao nascimento para 1.000 euros (mais 11,11%).
Já "as restantes cláusulas de expressão pecuniária aumentam, na generalidade, em 3,79%" este ano, mas com exceção de diuturnidades, ajudas de custo e abono para falhas (subsídio atribuído a trabalhadores que manuseiam ou têm à sua guarda dinheiro), refere a CGD.
A CGD diz ainda que reviu as condições do acesso ao crédito à habitação dos seus trabalhadores, revendo o valor máximo do empréstimo em 40% para 350 mil euros.
Para 2025, os sindicatos e o banco público acordaram a revisão da tabela salarial e da generalidade das cláusulas de expressão pecuniária em 2,5%, também com exceção de ajudas de custo e abono para falhas.
A CGD diz que, com este acordo, "torna-se na primeira instituição de crédito nacional a fazer a revisão da tabela salarial para o próximo ano" e que, tanto em 204 como em 2025, os aumentos são superiores à inflação esperada.
O banco público termina o comunicado a afirmar que sempre valorizou os seus funcionários, e que demonstração desse compromisso é "o crescimento da massa salarial da CGD muito acima daquela que tem sido a inflação, continuando a incrementar a compensação também pelo mérito", e que também tem tido uma "postura de abertura para a negociação" nas reuniões anuais sobre salários.
Também sobre este acordo divulgaram comunicados os sindicatos envolvidos.
Segundo os sindicatos da UGT, este acordo "é o final de uma difícil luta sindical" e acrescentaram que foi ainda acordado reabrir o processo negocial "caso a taxa de inflação seja materialmente superior" à prevista para 2024 (2,6%, segundo a proposta de Orçamento do Estado) ou houver "alterações substanciais das circunstâncias económicas e sociais".
O STEC afirmou que este foi "um processo negocial particularmente difícil e exigente" e que o resultado só foi possível devido à sua "firmeza e determinação" e às ações de protesto dos trabalhadores, desde logo a greve de março.
O sindicato dos trabalhadores da CGD acrescentou ainda que este acordo se traduz num aumento médio da tabela salarial em 2024 de "3,80%, significativamente acima dos valores alcançados no restante setor bancário e consideravelmente acima da inflação prevista (...), permitindo que trabalhadores e reformados recuperem algum do poder de compra perdido nos últimos anos".
Ainda assim, afirma que não desistirá do seu objetivo de que a CGD contabilize os "quatro anos de serviço (2013-2016) congelados e apagados da carreira de todos os trabalhadores, algo que não aconteceu com os restantes trabalhadores do setor bancário".
No final de junho, a CGD contava com 6.247 trabalhadores e 512 agências, mantendo o número de balcões, mas com mais quatro funcionários face ao fim de dezembro de 2023.
[Notícia atualizada às 12h48]
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