"Estamos com forte convicção de investimento em Portugal, queremos crescer, queremos criar uma panóplia de produtos e serviços indo ao encontro das necessidades dos nossos consumidores e acreditamos que, com isso, vamos continuar a ter um crescimento significativo", afirmou Rui Afonso, em entrevista à agência Lusa.

O responsável adiantou que a empresa tem como objetivo atingir, nos próximos anos, uma quota de mercado no segmento de clientes residenciais semelhante à que tem nos segmentos de grandes consumidores e industriais, onde ocupa a primeira posição.

De acordo com o último relatório da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), relativo a julho deste ano, a Iberdrola passou a ser o comercializador com maior representatividade em termos de consumo no segmento de clientes industriais, tendo subido 3,5 pontos percentuais na sua quota face ao mês anterior, para 24,6%, seguindo-se a EDP, com 23,3%, e a Endesa, com 18,3%.

No segmento de grandes consumidores, a Iberdrola tem 32,3% da quota de mercado em termos de consumo abastecido, seguida da Endesa, com 19,6%, e da Fortia, com 14,8%.

Já no segmento de clientes residenciais, que representa 36,4% do consumo do mercado liberalizado de eletricidade, a EDP lidera com uma quota de 58,6% em consumo abastecido, seguindo-se a Endesa, com 12,3%, e a Goldenergy, com 8,1%, sendo que a Iberdrola ocupa a quarta posição, com uma quota de 5,9%.

Para crescer no segmento residencial, Rui Afonso apontou como principal desafio a menor predisposição dos clientes residenciais para a mudança de comercializador.

O responsável apontou que, segundo os últimos dados da ERSE, o número de mudanças de comercializador médias mensais no mercado de eletricidade aumentou 50% face ao ano passado, mas o mesmo relatório mostra que mais de 60% dos consumidores não têm uma postura de mudança de comercializador e que ainda há quase 900.000 consumidores residenciais no mercado regulado.

"Este é o grande desafio, é sermos capazes de ir ao encontro destes consumidores e, de uma maneira informada e consciente, demonstrar as vantagens que há em procurar ofertas competitivas", que permitam poupar e contribuir para a transição energética, realçou Rui Afonso.

Questionado sobre a possibilidade de baixar os preços da eletricidade para as famílias no próximo ano, após ter sido conhecida a proposta tarifária da ERSE para 2025, que prevê um decréscimo médio de 5,8% das tarifas de acesso às redes para clientes em baixa tensão normal (BTN), o responsável considerou que a proposta parece estar em linha com a tendência do mercado.

"A Iberdrola pretende manter ofertas competitivas que tragam poupança para os consumidores finais", respondeu Rui Afonso.

O responsável pela área comercial considerou que, a confirmar-se este tarifário, cuja decisão final é conhecida em dezembro, "haverá uma poupança efetiva para os consumidores finais", também devido à maior abrangência do IVA reduzido a 6% a mais consumidores, prevista no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Para Rui Afonso, o OE2025 traz "boas notícias" para os consumidores e para todo o setor, considerando que o Governo mostrou "ambição".

"Nós vemos com bons olhos, particularmente, a redução do IVA com a aplicação de 6% aos primeiros 200 quilowatts, ou primeiros 300 para as famílias numerosas. Um consumo médio de uma família em Portugal andará à volta dos 2,5 megawatts hora por ano, o que quer dizer que a grande maioria do consumo das famílias vai ser abrangido por esta redução do IVA", explicou.

Leia Também: Vendas online na Europa crescem 5%. Estas foram as principais categorias