Empresários moçambicanos alertam que greves e tumultos retraem turismo

A Confederação das Associações Económicas -- CTA de Moçambique, que congrega o setor privado, alertou que manifestações e tumultos retraem o investimento e o turismo, e criticou o apelo à paralisação de atividades feito pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Notícia

© Lusa

Lusa
23/10/2024 18:04 ‧ 23/10/2024 por Lusa

Economia

CTA

"Dada a publicidade que se tem feito a nível internacional dos tumultos, não temos dúvidas que os turistas que escolheram Moçambique como destino para quadra festiva poderão cancelar. Isto colocará em causa a perspetiva de chegada dos 360 mil turistas na quadra festiva e possíveis perdas de receitas em cerca de 50 milhões de dólares [46 milhões de euros]", adiantou o presidente do CTA, Agostinho Vuma.

 

Estas ações têm um impacto negativo na imagem do país, o que "desestimula investimentos e coloca a economia nacional em posição de risco", alertou a confederação.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou na terça-feira dois dias de paralisação e manifestação "pacífica" nacional em Moçambique a partir de quinta-feira, dia previsto para o anúncio dos resultados das eleições gerais, realizadas a 09 de outubro, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Vamos sacrificar dois dias das nossas vidas para que todos nós nos manifestemos. E não precisamos de informar a polícia, o município", anunciou Venâncio Mondlane.

"O país nestes dois dias deve ficar parado", afirmou.

Em conferência de imprensa em Maputo, o setor empresarial disse que tem "razões suficientes" para pedir o fim das paralisações, defendendo que as empresas poderão registar perdas de receitas num contexto em que "não terão opções de se financiar para recuperação".

A CTA "reconhece que a greve é um direito constitucional", contudo entende que "o recurso à greve deve ser o último artifício, aquele que deve ser usado quando não há mais nenhuma condição de negociação e quando os interesses populares, ou dos trabalhadores, estão sendo verdadeiramente violados", disse Agostinho Vuma.

O responsável defendeu ainda um "não à greve", alertando que as referidas paralisações e manifestações estão a impactar negativamente na imagem do país, o que "desestimula investimentos e coloca a economia nacional em posição de risco".

"Instamos todas as forças políticas, candidatos, sindicatos e servidores ao cumprimento do dever de considerarem outras formas de pressão e de reivindicação que não provoquem impactos tão negativos na vida da população", apelou.

"É necessário buscar soluções que respeitem os direitos dos trabalhadores, mas também levem em consideração o bem-estar coletivo e a necessidade de serviços públicos e privados eficientes e acessíveis", concluiu com apelos às instituições do Estado para "agirem" para "assegurar a lei, ordem e tranquilidade públicas".

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou hoje a que não se faça de "uma tragédia, que foi o assassinato bárbaro de dois compatriotas" um "rastilho para infringir mais sofrimento a outros compatriotas", num discurso em Maputo.

"Não façamos de uma tragédia, que foi o assassinato bárbaro de dois compatriotas, repudiado por todos os moçambicanos, por todo o mundo, pelo Governo, não façamos isso um rastilho para infringir mais sofrimento a outros nossos compatriotas, que poderão ver limitada a sua busca diária e incessante do seu sustento", afirmou o chefe de Estado moçambicano.

Leia Também: PR moçambicano apela a que se evite fazer dos assassínios "um rastilho"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas