"O nosso desejo era que o salário mínimo subisse mais, que os salários subissem mais. Isso significaria que estaríamos bem e a crescer", afirmou a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, em resposta aos deputados numa audição conjunta com as comissões do Trabalho, Segurança Social e Inclusão e Orçamento, Finanças e Administração Pública.
Contudo, ressalvou que o Governo não se substitui à Concertação Social, notando que os parceiros defenderam um aumento do salário mínimo para 870 euros, "mais ambicioso do que o previsto".
O Governo, as quatro confederações empresariais e a UGT assinaram, em 01 de outubro, o novo acordo tripartido de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028, ficando a CGTP de fora.
O novo acordo revê em alta a trajetória do salário mínimo nacional, prevendo aumentos de 50 euros anuais até 2028.
Para o próximo ano, o Governo propõe que a retribuição mínima garantida suba para 870 euros brutos, um aumento de 6,1% face aos atuais 820 euros e mais 15 euros face ao valor previsto no atual acordo de rendimentos (855 euros), subindo depois para 920 euros em 2026 (um aumento de 5,7%), para 970 euros em 2027 (uma subida de 5,4%) e para 1.020 euros em 2028 (+5,2%).
"Somos ambiciosos na meta, mas não estamos só interessados no salário em geral. Há que ser realista e calibrar", sublinhou a governante.
Defendendo que não se deve nivelar por baixo, a ministra do Trabalho referiu ser necessário criar condições para as empresas crescerem, o que, consequentemente, permitirá o aumento dos salários.
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