Se excluído este custo não recorrente -- justificado com o "processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação" --, o resultado líquido no período teria ficado "em linha" com o período homólogo (+0,3%), lê-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Nos primeiros nove meses deste ano, a margem financeira do Novo Banco, que traduz a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, aumentou 6,6% em termos homólogos, para 886,3 milhões de euros.
Segundo o banco, esta evolução da margem, num contexto de descida das taxas de juro, beneficiou da "gestão equilibrada das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento".
"A disciplina na nossa estratégia e o foco no suporte às famílias e empresas portuguesas são os pilares da nossa robusta performance comercial e da consistente criação de capital. Continuamos a crescer no negócio e a expandir a nossa atividade, além de incrementar a eficiência das nossas operações", afirma o presidente executivo (CEO) do Novo Banco, Mark Bourke, citado no comunicado.
Até setembro, o produto bancário aumentou 5,0%, para 1.156,7 milhões de euros, e o produto bancário comercial subiu 7,5% para 1.126,7 milhões, traduzindo o "bom desempenho da atividade comercial, apesar do atual contexto de descida de taxas de juro".
No período, as comissões aumentaram 10,7%, para 240 milhões de euros, um crescimento atribuído ao "desempenho do 'franchising' do Novo Banco com uma base de clientes crescente" e à "dinâmica na execução de iniciativas para incrementar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos".
Os recursos totais aumentaram 6,9% face ao final de 2023, para 37.623 milhões de euros, ascendendo os depósitos a 29.472 milhões de euros, mais 4,7% do que em dezembro do ano passado e mais 1.377 milhões do que em setembro de 2023.
Já os empréstimos a clientes (líquido) situaram-se em 27.589 milhões de euros, mais 2,3% face ao final do 2023, representando cerca de 60,5% dos ativos totais, enquanto o crédito a clientes bruto cresceu 2,1% face a dezembro de 2023, situando-se em 28.758 milhões, dos quais 59% concedido a empresas, 35% de crédito habitação e 6% de crédito ao consumo e outros.
Segundo o banco, a sua quota de mercado global era de 10,1% em agosto passado.
No que respeita ao risco de crédito, nos primeiros nove meses do ano o Novo Banco reporta uma redução dos créditos não produtivos (NPL) de 9,3%, para 1.027 milhões de euros, face a dezembro de 2023.
"O rácio líquido NPL continua a apresentar uma consistente redução (set/24: 0,5% vs dez/23: 0,7%), beneficiando da descida do rácio de NPL (set/24: 4,0% vs dez/23: 4,4%) e do aumento do nível de cobertura (set/24: 89,1% vs dez/23: 84,3%)", detalha.
O custo do risco recuou oito pontos base face ao período homólogo, para 32 pontos base, dado "o reforço da qualidade dos ativos e dos rácios de cobertura".
Os custos operativos do banco totalizaram 365,8 milhões de euros, um aumento de 1,8% face à média de 2023, destacando-se os custos com pessoal, que subiram 5% para 199,1 milhões de euros.
O resultado operacional aumentou para 790,9 milhões de euros, face aos 762,5 milhões do período homólogo.
O 'cost to income' (relação entre o custo e o rendimento) comercial subiu ligeiramente para 32,5% face aos 32,4% do período homólogo, mas ficou abaixo dos 33,3% da totalidade do ano 2023, refletindo o "contínuo foco na simplificação e otimização dos processos".
As provisões para outros ativos e contingências subiram 42 milhões, refletindo a provisão de 30 milhões para o processo de transformação, no âmbito do programa de inovação e simplificação que o Novo Banco tem em curso.
Já os resultados das operações financeiras, que incluem ganhos e perdas com venda e reavaliação de títulos, resultados cambiais e coberturas, foram positivos em 3,2 milhões de euros.
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