Os números divulgados hoje pela Administração Estatal de Câmbio (SAFE) do país asiático mostram que as reservas de ouro da China aumentaram em 160.000 onças para um total de 72,96 milhões, depois de se manterem estáveis em 72,8 milhões desde abril.
De acordo com a agência noticiosa Bloomberg, na sequência da divulgação dos dados, os preços do ouro subiram 0,6% para serem negociados perto dos 2.650 dólares (2.510 euros) por onça, ainda abaixo do máximo histórico de quase 2.800 dólares (2.650 euros) no final de outubro, face às tensões no Médio Oriente e na Ucrânia e à incerteza sobre as eleições nos EUA e a redução das taxas de juro.
A China foi o maior comprador mundial de ouro em 2023 e também no primeiro trimestre deste ano. O facto de estar a aumentar novamente as suas participações indica que o Banco Popular da China (banco central) continua interessado em diversificar as suas reservas e em proteger-se contra uma possível depreciação do yuan, mesmo a preços elevados.
"Isto reflete provavelmente as expectativas de que os preços internacionais do ouro possam manter uma tendência ascendente durante um período considerável, face às mudanças no panorama político e económico mundial após as eleições presidenciais nos Estados Unidos", afirmou Wang Qing, analista da Golden Credit Rating, citado pelo jornal estatal China Daily.
Citado pelo mesmo jornal, Guan Tao, economista-chefe do BOCI China, o braço de investimento internacional do banco estatal Banco da China, disse que o ouro ainda pode chegar aos 3.000 dólares (2.840 euros) por onça, face à queda dos rendimentos dos títulos de dívida pública nos EUA e à procura de proteção contra a inflação e as tensões geopolíticas.
Perante a volatilidade dos mercados, a fraqueza da moeda e a prolongada crise imobiliária, os investidores chineses voltaram-se para ativos considerados como portos seguros: embora a procura por joias tenha diminuído, as compras de moedas e metais preciosos mantiveram-se firmes nos três primeiros trimestres.
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