"A Europa precisa de investimento como de pão para a boca"
Em declarações à Rádio Renascença, Pedro Santana Lopes e António Vitorino, comentaram ontem, no programa ?Fora da Caixa? o atual momento europeu. Tanto o ex-primeiro-ministro, como o antigo comissário, expressaram preocupação quanto a uma possível estagnação da economia da zona Euro.
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Economia Pedro Santana Lopes
“A zona euro precisa de confiança e de razões de investimento como de pão para a boca. Precisa dos mecanismos corretores que não estão a funcionar, nomeadamente nas grandes economias", afirmou Pedro Santana Lopes em comentário à face a dados da economia europeia que mostram um (ténue) crescimento de 0,2% nos países da moeda única, que acusam o recuo das economias alemã e italiana e a estagnação verificada em França.
A mesma posição é em parte partilhada pelo socialista António Vitorino. O antigo Comissário Europeu considera que o país liderado por Angela Merkel poderá estar à beira da estagnação o que pode trazer problemas para a Europa no seu todo. “É uma economia muito perfeita e eficaz. Não é exatamente o exemplo de uma economia inovadora. Podemos estar à beira do fim de um ciclo na economia alemã”, refere, acrescentando que o investimento em inovação pode ser a chave para voltar a pôr a economia germânica como motor europeu.
Agora, com uma nova Comissão, encabeça por Juncker prestes a tomar posse, a expetativa dos antigos dirigentes é de que um novo período possa ser inaugurado, advindo daí novas ideias e uma nova posição europeia face aos seus problemas económicos.
“Os novos dirigentes que aí vêm têm que agir muito, bem e depressa. Talvez nunca um ciclo de dirigentes europeus como o que vai começar tenha sido tão esperado. Precisamos de decisões, de políticas corretoras das anemias que existem. A Europa está a precisar de vitaminas. A União Europeia precisa de um choque vitamínico”, refere Santana Lopes ao que acrescenta Vitorino: “Este período até ao final do ano vai ser de grande incerteza. A prioridade da União Europeia é a questão da União Bancária. (…) Não vale a pena esperar milagres: a União Europeia não vai crescer até ao final do ano. Temos que nos preparar para um panorama económico desolador até ao final do ano e rezar para que a União Bancária não descubra muitos buracos”, sustenta o socialista.
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