Governo não reconduz Centeno? "O tema nunca foi comentado"

Ministro das Finanças desmentiu as notícias sobre a não recondução do governador do Banco de Portugal.

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© Pedro Correia / Global Imagens

Tomásia Sousa com Lusa
16/01/2025 14:33 ‧ há 3 horas por Tomásia Sousa com Lusa

Economia

Banco de Portugal

O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, garante que o Governo ainda não discutiu sobre se vai indicar ou não Mário Centeno para um segundo mandato como governador do Banco de Portugal.

 

"O tema nunca foi comentado em Conselho de Ministros, o tema nunca foi objeto de qualquer conversa minha com o sr. primeiro-ministro e nós faremos uma reflexão e tomaremos uma decisão quando o mandato se estiver a aproximar do final. Ainda faltam seis meses e, portanto, é extemporâneo qualquer notícia que possa existir sobre essa matéria", afirmou o ministro das Finanças.

A notícia que o Executivo não iria indicar o nome de Mário Centeno para um novo mandato como governador do Banco de Portugal tinha sido avançada ao início da tarde desta quinta-feira pela SIC, que garantia que Mário Centeno estaria fora de questão para um segundo mandato à frente do banco central.

Em resposta às questões dos jornalistas no final do briefing do Conselho de Ministros, esta quinta-feira, Joaquim Miranda Sarmento explicou que "o tema nunca foi discutido" e que só o será quando o mandato de Mário Centeno se aproximar do final.

A polémica surge um dia depois de Mário Centeno ter dito, em entrevista à RTP3, que exerce o seu mandato com independência e que trabalha para ser reconduzido no cargo.

Em entrevista à RTP3, na quarta-feira à noite, Centeno disse que já no passado afirmou que trabalhava para fazer um segundo mandato como governador e que "esse objetivo" se mantém pois nunca trabalhou para apenas "passar com 10".

O ex-governante garantiu também que não vai ser candidato à Presidência da República nas próximas eleições, explicando que esta foi uma "decisão pessoal e muito amadurecida".

Na Grande Entrevista, Mário Centeno foi questionado sobre uma eventual candidatura às eleições presidenciais do próximo ano, que vão escolher o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa no cargo de Presidente da República, deixando claro que aquela "uma decisão pessoal" e "muito amadurecida".

Mário Centeno foi escolhido para governador do BdP em 2020 pelo Governo PS liderado por António Costa, depois de ter sido seu Ministro das Finanças, o que provocou então muita polémica.

No fim de 2023, após António Costa se ter demitido de primeiro-ministro, foi conhecido que aquele indicou Centeno para o substituir no cargo, o que novamente levantou questões sobre a independência de Centeno.

Mais recentemente, casos públicos têm revelado mal estar entre Centeno e o atual Governo, como o da remuneração de Hélder Rosalino (o BdP recusou publicamente pagar o salário de Rosalino caso este fosse para secretário-geral do Governo), acentuando as dúvidas sobre a recondução de Centeno como governador.

Esta quarta-feira, no parlamento, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, disse que é estranho que a comissão de vencimentos do BdP não se reúna há 13 anos e que aguarda pela indicação de quem será o ex-governador a participar na comissão para convocar uma reunião.

[Notícia atualizada às 14h46]

Leia Também: Centeno diz que BdP impede pagamento de salários de membros do Governo

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