"Neste momento estamos a contar com uma perda de receita de cerca de 20 milhões de meticais desde outubro do ano passado", disse Lourenço Albino, citado hoje pela comunicação social.
Segundo o responsável, a empresa contabiliza também prejuízos avaliados em 10 milhões de meticais (150 mil euros) devido à vandalização de autocarros, com vidros e outras estruturas partidas, além de um veículo carbonizado.
Lourenço Albino queixou-se também da redução do número de passageiros transportados por dia, que baixou de 40 mil pessoas para cerca de 11 mil.
"Tivemos uma redução do nível de atividade em 30%, significa que o volume de receitas reduziu em 30% e isso reduz a capacidade de resposta da empresa relativamente ao conjunto das necessidades", acrescentou o responsável.
O presidente da EMTPM, que conta com uma frota de 84 autocarros, 48 dos quais usados para transporte público, espera que se mantenha a acalmia em Moçambique para que a empresa possa recuperar os seus níveis de produção.
Moçambique vive desde 21 de outubro um clima de forte agitação social, protestos, manifestações e paralisações, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, com confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, além de saques e destruição de equipamentos públicos e privados.
Venâncio Mondlane não reconhece os resultados proclamados das eleições gerais de 09 de outubro, que deram a vitória a Daniel Chapo, já empossado como quinto Presidente de Moçambique.
De acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, nestes protestos há registo de pelo menos 315 mortos, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e pelo menos 750 pessoas baleadas.
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