Região Norte'? "Capacidade" de inovação "distribuída de forma desigual"

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considerou, num relatório que será apresentado na sexta-feira, que o Norte tem "vantagens claras" na inovação e desenvolvimento, mas a sua capacidade está "distribuída de forma desigual" pela região.

Notícia

© Shutterstock

Lusa
20/02/2025 15:39 ‧ ontem por Lusa

Economia

OCDE

"O Norte, a região mais populosa de Portugal, apresenta vantagens claras em termos de inovação e empreendedorismo, com um setor industrial forte. No entanto, a sua capacidade de inovação está distribuída de forma desigual pelo território", pode ler-se no relatório Repensar a Atratividade Regional na Região Norte de Portugal, a que a Lusa teve hoje acesso.

 

O documento será apresentado na sexta-feira, em São João da Madeira (distrito de Aveiro), no âmbito do Comité de Acompanhamento do Programa Norte 2030.

De acordo com o texto, a capacidade de inovação da região "não resultou num aumento da produção económica e da produtividade", e "para evitar ser apanhada numa armadilha de desenvolvimento de talentos, a região deve enfrentar os atuais desafios na área da habitação e melhorar o bem-estar dos residentes".

O Norte corre "um risco elevado" devido à "emigração líquida de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 39 anos".

De acordo com a OCDE, "para libertar todo o potencial da região, será necessário adaptar a sua indústria à transição ecológica e enfrentar as mudanças demográficas emergentes com respostas políticas que tenham em conta as diversas necessidades dos seus centros urbanos, bem como das zonas de muito baixa densidade".

"Apesar dos claros pontos fortes em matéria de inovação e empreendedorismo e do bom desempenho do mercado de trabalho, o Norte tem tido dificuldade em traduzir estes pontos fortes num melhor desempenho económico, com uma produção per capita e uma produtividade baixas", refere ainda o texto.

A região tem ainda a resiliência dos seus solos "especialmente ameaçada pelos riscos de incêndio, enquanto os seus residentes enfrentam pressões em termos de acessibilidade e disponibilidade de habitação" e, quanto à qualidade de vida, os seus pontos fortes são a qualidade do ar, infraestruturas de ensino e segurança pessoal, e os fracos a acessibilidade aos hospitais, as habilitações literárias e uma elevada taxa de pobreza.

No Norte, "a AM [Área Metropolitana do] Porto, o Ave e o Cávado são líderes nacionais e da UE em Inovação e Empreendedorismo, enquanto outras sub-regiões lutam para beneficiar desta força regional".

"Apesar de ser líder no domínio das energias renováveis, o Norte -- e Portugal em geral -- tem ainda um longo caminho a percorrer na melhoria da eficiência energética e no combate à pobreza energética", refere também.

O relatório assinala que "o financiamento da UE tem sido fundamental para reforçar o desenvolvimento regional em Portugal e no Norte", num contexto de "uma estrutura governamental altamente centralizada".

A OCDE deixa ainda seis recomendações de políticas para a região, considerando que deve "apoiar a transição para atividades de maior valor acrescentado e incentivar o investimento e a inovação das PME [pequenas e médias empresas] nas principais indústrias transformadoras".

A região deve também "preparar o setor industrial para a transição ecológica, assegurando a disponibilidade das competências necessárias na região" e "alargar a oferta de habitação nas sub-regiões mais densamente povoadas do Norte, em particular nos concelhos urbanos que enfrentam maiores desafios".

Por fim, considera que "nos territórios de baixa densidade do Norte é necessário melhorar a oferta de serviços públicos, como os cuidados infantis e a educação, para atrair e reter talentos", e que se deve "promover o investimento na região através de uma abordagem nacional e territorial mais integrada".

"Consolidar o quadro institucional e melhorar a governação a vários níveis no Norte, assegurando estruturas claras de cooperação entre diferentes entidades e níveis de governo", é a recomendação final do documento.

Leia Também: Relatório da OCDE sobre serviços de saúde "reflete ineficiência" do SNS

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas