A gigante brasileira controlada pelo Estado disse, em comunicado divulgado na quarta-feira, que teve mesmo um prejuízo de 17 mil milhões de reais (2,8 mil milhões de euros) no último trimestre de 2024.
Isto face ao lucro atribuído aos acionistas de 31 mil milhões de reais (5,1 mil milhões de euros) no mesmo período de 2023, de acordo com o balanço entregue ao mercado.
O lucro líquido anual da Petrobras já tinha caído 33,8% em 2023, coincidindo com o primeiro ano do novo mandato do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, atribuiu o resultado de 2024 a "uma questão contabilística: a variação cambial das dívidas da Petrobras às suas subsidiárias no exterior".
Chambriard disse que a empresa foi também atingida pelos efeitos de uma "transação fiscal" para pôr fim a uma série de disputas judiciais no valor de 45 mil milhões de reais (7,4 mil milhões de euros).
Em 2024, a maior companhia do Brasil assinou um acordo com o Governo para acabar com disputas fiscais de longa data.
A petrolífera, controlada pelo Estado brasileiro mas com ações negociadas em bolsa, teve um volume de negócios de 490,8 mil milhões de reais (80,7 mil milhões de euros) em 2024, uma queda de 4,1%.
Entre outubro e dezembro, as receitas da Petrobras caíram quase 10% em comparação com o mesmo período de 2023.
Os lucros antes de juros, impostos, depreciação, amortização (EBITDA, na sigla em inglês) caíram 18,2% na comparação anual, para 214,4 mil milhões de reais (35,3 mil milhões de euros), devido "à deterioração do ambiente externo, com redução do preço do petróleo e das margens internacionais no segmento de refinação, além de menores volumes de produção".
Antes da divulgação dos seus resultados, a Petrobras já tinha previsto terminar 2024 com uma produção média diária de 2,7 milhões de barris de petróleo e gás natural, menos 3% do que no anterior.
No entanto, os investimentos aumentaram 31,2% face a 2023, em linha com a visão de Lula de Silva, que considera a Petrobras um motor do crescimento económico do país.
A dívida líquida da empresa no final de dezembro tinha subido 16,9% em comparação com o final de 2023.
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