À margem da conferência "The FinAI Conf" que decorre hoje em Lisboa, Ricardo Chaves explicou à Lusa "que o desafio enorme é o desafio da adoção, porque a realidade é que, para se conseguir fazer uma transformação de uma empresa, ou de um banco, ou de outra empresa grande, com inteligência artificial, é uma tarefa de enormes proporções".
Neste sentido, o responsável disse ser necessário ter uma "equipa que saiba fazer os modelos, que saiba trazer os dados, que tenha infraestrutura para fazer uma fábrica de modelos e de ativos analíticos com inteligência artificial", acrescentando que em Portugal existem "poucas equipas dimensionadas e com capacidades analíticas de IA à séria para conseguir promover transformações de empresas grandes".
"Portugal é um país pequeno e precisa da inteligência artificial como nunca para as suas empresas serem competitivas. Empresas mais pequenas são empresas com menor massa crítica, ao terem menor massa crítica precisam ser mais eficientes e a IA é talvez a maior e mais importante ferramenta para torná-las eficientes agora e no médio prazo", mencionou.
Além disso, o representante do BPI disse que "o talento é escasso para aquilo que se precisa" embora encontre possíveis soluções em quem está a sair das universidades com estudos na área, pois pode "muito rapidamente contribuir para esta transformação das empresas com inteligência artificial", através de um processo de formação misto, apostando na formação em matérias que as empresas consideram relevantes.
Ricardo Chaves mencionou também que a IA está em constante evolução e que os modelos são cada vez mais transparentes, sendo que é necessário ter "uma perspetiva alargada de um conjunto de frentes ou domínios para intervir com a inteligência artificial, para que esta assuma uma relevância estratégica ao nível da empresa e possa subir a sua importância".
O responsável concluiu dizendo que a inteligência artificial generativa (GenAI) pode trabalhar na hiperpersonalização da comunicação ao cliente, fazendo com que "respostas que poderiam demorar 48 horas passam a demorar 20 minutos e com o nível de qualidade se calhar até acima do que nós estávamos a conseguir".
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