Atividade empresarial moçambicana recua em março

O índice PMI de atividade empresarial em Moçambique recuou em março, mas manteve-se em terreno positivo e continuando a recuperar da tensão pós-eleitoral, apesar da quebra no emprego, segundo o Standard Bank, que conduziu o inquérito.

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© Twitter/ AlexanderMZ

Lusa
08/04/2025 09:09 ‧ há 2 semanas por Lusa

Economia

Moçamique

"Em março, as condições de operação em Moçambique fortaleceram pelo segundo mês consecutivo, com o aumento das vendas a fomentar uma subida adicional da atividade empresarial. Subsequentemente, as empresas expandiram a sua atividade de aquisição e os 'stocks' de meios de produção", lê-se no relatório PMI, consultado hoje pela Lusa.

 

Contudo, acrescenta, ocorreu em março "uma nova descida do emprego, tendo sido a mais rápida em quase cinco anos e contribuído para um abrandamento do crescimento global".

Aponta ainda que "apesar de modesto, o declínio no emprego foi o mais acentuado registado desde junho de 2020".

"O PMI registou 50,2 pontos em março, após os 50,9 de fevereiro, assinalando uma recuperação na saúde da economia do setor privado pelo segundo mês consecutivo. A melhoria das condições das empresas foi influenciada por aumentos na produção, novas encomendas e inventários, mas foi ligeiramente condicionada por níveis de emprego mais baixos e uma redução dos prazos de entrega", refere igualmente.

Indicadores do PMI acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, enquanto indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.

O indicador PMI (Purchasing Managers Index, em inglês) publicado mensalmente pelo Standard Bank resulta das respostas de diretores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do setor privado.

Entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, período de forte agitação social, com manifestações e paralisações generalizadas no país, de contestação pós-eleitoral, o índice PMI registou valores negativos.

"Os dados do inquérito mais recente indicaram que as condições económicas mais estáveis fomentaram as vendas nas empresas moçambicanas em março. Os volumes de novos trabalhos aumentaram ao ritmo mais elevado desde outubro de 2024, apesar de a recuperação ter estado amplamente alinhada com a tendência a longo prazo da série", lê-se no documento.

Acrescenta que o "aumento da carteira de encomendas permitiu às empresas expandir a sua atividade pelo segundo mês consecutivo", tendo sido "registado crescimento nos setores dos serviços, comércio por grosso e a retalho e agricultura, contrastando com os declínios na construção e no setor secundário".

"As expectativas para a atividade empresarial futura também melhoraram, com a confiança a atingir o valor mais elevado dos últimos sete meses. De acordo com os membros do painel, os planos para impulsionar a atividade envolveram, muitas vezes, a expansão do número de clientes, o aumento das exportações e a contratação de mais pessoas", sublinha o estudo do Standard Bank.

O economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, citado no documento, sublinha que a apesar de os registos do PMI acima do valor de referência de 50 "sugerirem um crescimento mensal consecutivo" na atividade empresarial do setor privado, "é muito provável que o crescimento do PIB tenha permanecido em território negativo no primeiro trimestre de 2025".

"Mantemos a nossa previsão que se torne positivo a partir do segundo trimestre de 2025 e implicando uma recuperação lenta do crescimento após o impacto negativo dos protestos que se seguiram às eleições de outubro de 2024. É de salientar que o sentimento empresarial está a melhorar lentamente. O subíndice do PMI de expectativas empresariais para o futuro subiu em março, mas com o grau de otimismo abaixo da sua média a longo prazo. Afinal de contas, as contínuas pressões fiscais e de liquidez do mercado cambial implicam um ambiente macroeconómico desafiante", conclui Mussá.

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