Saída de Zeinal Bava deixa PT mais vulnerável
A saída de Zeinal Bava deixa a PT mais vulnerável "do ponto de vista acionista", considerou hoje o presidente da COTEC (Associação Empresarial para a Inovação), Daniel Bessa, à margem do III Congresso da Associação de Indústrias de Base Florestal (AIFF).
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Economia Daniel Bessa
"Não sei porque razão o engenheiro Zeinal Bava saiu. Do ponto de vista da PT, da situação acionista da PT, [a situação] não é muito confortável porque hoje a PT é detida por um corpo acionista, no essencial, localizado no exterior, para o qual a PT é um ativo relativamente reduzido e, desse ponto de vista [do ponto de vista acionista] está numa situação de vulnerabilidade", declarou Daniel Bessa à Agência Lusa.
O ex-ministro da Economia de António Guterres assinalou que a saída de Zeinal Bava "é um passo" num processo que não está a correr como se previa e que não se sabe como vai acabar.
"O que eu comecei por ler é que se ia fazer uma grande operadora luso-brasileira, em que a PT não teria preponderância acionista, mas teria um papel preponderante nas competências que levava para a fusão [com a operadora brasileira Oi] e, portanto, a PT era uma peça central nessa operação. Foi assim que a questão foi apresentada, e hoje não é", comentou.
Daniel Bessa sublinhou que as empresas "que vestem ou vestiam a camisola da PT não podem deixar de sentir alguma frustração porque as coisas não acabaram como se imaginava" e admite que a demissão de Bava pode não estar relacionada com a PT.
"Não sei se tem a ver com a PT ou se não tem a ver com a PT, seria levado a dizer que não, admito que sejam outras razões, internas à Oi", afirmou, notando que "é público que há interessados na compra da PT" e que os seus atuais acionistas não excluem a venda.
Quanto ao governo português, "só terá alguma coisa a dizer se se pusesse um problema de concorrência".
Na noite de terça-feira, a Oi anunciou ao mercado que Zeinal Bava, um dos rostos do processo de fusão entre a PT e a Oi, tinha pedido a demissão da presidência da empresa brasileira.
Zeinal Bava tinha assumido a presidência da Oi em junho de 2013, quatro meses antes do anúncio da fusão das duas operadoras.
O gestor sai do cargo ainda no rescaldo das aplicações financeiras da PT na Rioforte e numa altura em que existem notícias de que o grupo francês Altice está interessado na compra dos ativos da operadora portuguesa, que atualmente estão incorporados na Oi.
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