"O que aconteceu na PT não é obra do acaso, com certeza"
Abordado pelos jornalistas, Passos Coelho abordou esta terça-feira a auditoria forense realizada ao BES, mas também o caso da Portugal Telecom, dizendo que “o que aconteceu na PT não é obra do acaso, com certeza”, mas também que é preciso “não regressar a esse passado em que havia uma espécie de concertação entre grandes bancos, grandes empresas e Estado” e que, por isso, o Governo não vai interferir no processo de averiguação de responsabilidades nem na eventual venda da operadora.
© Reuters
Economia Pedro Passos Coelho
Pedro Passos Coelho falou esta tarde sobre o caso BES e sobre a auditoria forense que será conhecida esta semana. Sobre este último ponto, o chefe do Executivo disse desconhecer o seu conteúdo, preferindo salientar os trabalhos parlamentares que irão desenvolver-se no Parlamento, nomeadamente a comissão de inquérito.
Porém, e uma vez que a crise no BES afetou também a Portugal Telecom, fazendo-a perder muito do seu valor bolsista, Passos Coelho referiu que “é natural que, relativamente a outras empresas, como é o caso da PT, que os acionistas possam querer pedir responsabilidades à gestão das empresas”, isentando o Governo de responsabilidades nesta matéria
Posteriormente, Passos Coelho disse que “numa sociedade transparente e dinâmica”, o apuramento de responsabilidades “deve ser encarado com normalidade e como consequência ética e natural das decisões que são tomadas”. Mas a afirmação mais contundente aconteceu quando o primeiro-ministro disse que o sucedido “não será obra do acaso”.
“O que aconteceu na PT não é obra do acaso, com certeza. Espero que também não seja obra do Governo, porque se trata de uma empresa privada”, atirou acrescentando que o país não deve voltar a um tempo em que negócios e governação estavam, demasiadamente, ligados. Esta afirmação pode ser entendida como uma crítica aos anteriores governos socialistas.
“O que aconteceu no lado da PT (relativamente ao BES) representa uma fase do país à qual não queremos voltar. [Uma fase] em que as pessoas acham que o Estado tem de intervir, não porque é preciso transparência, mas porque é preciso manter um certo 'status quo'. Ainda bem que esse tempo já não se vive hoje. (…) É importante não regressar a esse passado em que havia uma espécie de concertação entre grandes bancos, grandes empresas e Estado, mas que exista também celeridade na avaliação destas situação”, concluiu.
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