"Se alguém quer, engana o supervisor"
O antigo ministro das Finanças do PS Teixeira dos Santos disse hoje no parlamento que, pela sua experiência no passado, se alguém quiser enganar o supervisor da área, consegue fazê-lo.
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Economia Teixeira dos Santos
"Se alguém quer enganar o supervisor, engana o supervisor. E esconde", disse, perante os deputados da comissão de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
O antigo governante falava sobre as fragilidades na gestão e supervisão financeira, tendo sublinhado que a comissão de inquérito que arrancou na segunda-feira pode servir de motor a eventuais "iniciativas de natureza legislativa" para reforçar os mecanismos do sistema financeiro.
"Não basta dizer que correu mal ou que deveria ter corrido melhor. Não basta. É preciso sinalizar aos portugueses que daqui resulta que algo vai mudar", declarou, embora vincando não querer ter uma "parte ativa" nesse debate devido ao papel que desempenhou no passado.
A audição de Teixeira dos Santos decorreu entre as 09:00 e as 11:30, e à tarde, a partir das 15:00, será a vez de a comissão contar com a presença da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
A comissão de inquérito terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades.
A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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