"BdP devia ter afastado Salgado mal soube de problemas"
O antigo presidente do BPP, João Rendeiro, que viu o banco intervencionado pelo Estado em 2008, acusou hoje o supervisor de "falta de bom senso" por deixar Salgado na liderança do BES depois de conhecer os problemas no GES.
© Dinheiro Vivo
Economia Rendeiro
"O Banco de Portugal devia ter afastado o presidente executivo do Banco Espírito Santo (BES) logo no verão de 2013, mal se conheceu que havia problemas graves no Grupo Espírito Santo (GES)", afirmou aos jornalistas o ex-banqueiro, à margem da apresentação do seu novo livro "Arma Crítica", em Lisboa.
E reforçou: "Não foi ele [Carlos Costa] que criou a situação, mas um regulador tem que atuar de forma a resolver os problemas. Foi de uma grande falta de bom senso colocar [Ricardo Salgado] a proteger o BES do risco do GES".
Na origem do colapso do império Espírito Santo ainda está, segundo Rendeiro, "como pano de fundo, a crise financeira de 2008", apesar de a resposta só surgir em 2013/2014, conforme sublinhou.
João Rendeiro considerou que o BES devia ter solicitado apoio estatal para se recapitalizar, a exemplo do que fizeram os seus pares BCP, Banco BPI e Banif.
Como não o fez, acabou por cair, originando "um dano muito grave para Portugal, afetando e muito a reputação do país e do sistema financeiro", comentou.
No seu livro hoje lançado, ao longo de mais de 500 páginas, Rendeiro não poupa críticas aos principais agentes políticos e aos supervisores pela situação a que Portugal chegou.
Os principais alvos são o antigo primeiro-ministro José Sócrates, o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas Rendeiro também aponta o dedo ao primeiro-ministro, Passos Coelho, e a José Maria Ricciardi, um dos membros da família Espírito Santo.
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