Lajes vale mais de 80 milhões de euros ano para economia dos Açores
A contribuição dos EUA para a economia dos Açores, devido às Lajes, foi estimada em 105 a 150 milhões de dólares/ano (82 a 117 milhões de euros) por empresários norte-americanos que visitaram a ilha Terceira em 2013.
© Reuters
Economia Base
Em 2013, 12 empresários do grupo Business Executives for National Security (BENS) visitaram a Terceira e entregaram aos Governos da República e dos Açores um relatório, a que a Lusa teve na altura acesso, em que se lê que a redução do contingente militar dos Estados Unidos da América (EUA) presente na base das Lajes, na ilha Terceira, terá um "enorme" impacto na economia açoriana.
Segundo o documento, "a contribuição do Governo dos EUA para a economia dos Açores estima-se entre 105 e 150 milhões de dólares por ano", o que representa "3% do Produto Interno Bruto dos Açores e perto de 14% do PIB da ilha Terceira".
Na Base das Lajes trabalham perto de 900 trabalhadores portugueses, sendo o maior empregador da ilha.
Os EUA anunciaram hoje uma redução gradual dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes, de 900 para 400 pessoas, ao longo deste ano. Os civis e militares norte-americanos passarão de 650 para 165.
Com este anúncio, os EUA confirmam uma decisão que já haviam anunciado no final de 2012, mas cuja concretização foi sendo adiada ao longo dos últimos dois anos.
Neste período, foram aprovadas emendas, no Senado dos EUA, que adiaram a diminuição do contingente militar nas Lajes.
No entanto, desde 2013 que as comissões de serviços do efetivo norte-americano na Base das Lajes passaram de dois para um ano, deixando também de ser transferidos militares com familiares.
Assim, apesar de o número de militares se ter mantido superior a 600, a redução de familiares avançou e afeta, desde há mais de um ano, a economia da ilha Terceira, como acontece, por exemplo, ao nível do arrendamento de casas aos norte-americanos.
Em outubro passado, aquando da visita do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, aos Açores, o Governo Regional propôs ao executivo da República a criação de um plano de revitalização económica para a Base das Lajes.
A proposta do Governo Regional, a que a Lusa teve acesso, pede a adoção "imediata" de medidas que mitiguem os efeitos já verificados na economia local, provocados pela reconfiguração das forças norte-americanas, bem como a "revalorização estratégica" em termos de valências, a médio e longo prazo, da base, no quadro da relação bilateral com os Estados Unidos ou da NATO ou da União Europeia.
O Governo Regional defende ainda a dinamização de outras utilizações da Base das Lajes ou de estruturas conexas, como o Porto da Praia da Vitória, como forma de contribuir para a dinamização económica da ilha Terceira.
Na mesma altura, Vasco Cordeiro, presidente do Governo dos Açores, realçou a "necessidade imediata e urgente de se avançar com medidas que possam ajudar a ultrapassar os efeitos que já se verificam na ilha Terceira, quanto à não presença das famílias que acompanham os militares".
Hoje, voltou a repetir esta ideia, dizendo que o Governo português não pode adiar mais "o acionamento de meios que possam ajudar a lidar com o impacto social e económico desta decisão" na ilha Terceira.
"E não pode também o Estado português deixar de responsabilizar os EUA pela necessidade de ajudar a lidar com esse impacto social e económico", acrescentou.
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