Indústria de têxteis-lar portuguesa reconhecida mundialmente
A indústria portuguesa de têxteis-lar "é reconhecida mundialmente pela qualidade" e a primeira manhã da feira de Frankfurt Heimtextil registou bastante movimento, o que augura "um bom ano" para o setor português, segundo a Associação Home From Portugal.
© Pixabay
Economia Qualidade
A Heimtextil 2015 arrancou na quarta-feira em Frankfurt, na Alemanha, tendo contado com a visita do ministro da Economia, António Pires de Lima.
"Esta feira é uma referência no mundo têxtil-lar, marca como o ano vai decorrer", explicou aos jornalistas Maria Alberta Canizes, representante da Associação Home From Portugal, que faz a promoção dos têxteis-lar no estrangeiro.
"Aqui reúnem-se expositores e compradores de todo o mundo, é o palco ideal para as empresas portuguesas. A indústria portuguesa de têxtil-lar é reconhecida mundialmente como uma indústria de qualidade", sublinhou.
"Estamos posicionados na média-alta e alta qualidade e os nossos mercados são por excelência muito exigentes", acrescentou Maria Alberta Canizes, ao explicar que a Europa a Espanha, França e Alemanha são os mercados de eleição, enquanto fora da esfera europeia os Estados e Japão levam a melhor, seguido de outros mercados.
Questionada sobre o primeiro dia da feira, a representante da Associação Home From Portugal disse: "Contrariamente ao que é habitual na primeira manhã" do certame, "para surpresa nossa há bastante movimento".
Ou seja, "as empresas portuguesas estão bastante envolvidas, a receber clientes, o que desde logo é um augúrio para um ano bom para a indústria portuguesa".
A responsável adiantou que Portugal é hoje, na Europa, "o principal produtor de têxteis-lar" e que produz "para as principais marcas mundiais" que deixaram de ter produção própria.
O setor têxtil-lar presente na Heimtextil visa o mercado doméstico, com lençóis, colchas e toalhas, entre outros, e o segmento dos hospitais, hotéis e restauração, "onde Portugal tem uma imagem e peso muito importante e é muito procurada por clientes de muita qualidade", explicou.
Por exemplo, a portuguesa Sampedro é uma empresa têxtil que existe desde 1921 e "começou à beira do rio" Vizela, "aproveitando a força da água e começou a fazer linho", explicou o administrador Simão Moreira Gomes, que marca presença no certame de Frankfurt.
No início era uma "associação de agricultores, depois foi um professor da universidade do Porto que juntou a família Machado", estando agora na quarta geração familiar, adiantou.
"Trabalhamos só com fibras naturais, 100% linho, mistos e algodão", garantiu Simão Moreira Gomes, que acrescentou que a empresa foi diversificando a sua oferta e hoje conta com roupa de cama, atoalhados de mesa, entre outros, com uma "boa quota na hotelaria".
Os melhores clientes da Sampedro são a Suiça e a Suécia, seguindo depois Espanha, Inglaterra e Estados Unidos.
"Mas vendemos para todos um pouco, gostamos diversificar porque no passado dependemos um bocado demais dos Estados Unidos", disse o administrador, aludindo à flutuação cambial entre o euro e o dólar.
"Atualmente, o mercado externo representa 80%" da faturação da empresa, que no ano passado registou um aumento de 21% para cerca de 12 milhões de euros.
"A Sampedro ainda há poucos anos tinha a força de vendas no mercado interno, mas este começou a cair e os clientes começaram a fechar", pelo que apostou na internacionalização.
Simão Moreira Gomes confidenciou que "é difícil para as grandes marcas aceitar o nome Sampedro", pelo que teve de "abdicar dessa parte", apontado que há empresas que expõem artigos feitos pela empresa portuguesa.
Entre mercados de aposta está a Coreia do Sul, disse o administrador, que afirmou "vender para a China indiretamente", mas não com a marca Sampedro, além de também já comercializar para o México e Arábia Saudita.
Sobre a feira, considerou que o certame tem o "maior interesse e não háa outra igual".
Também a Coelima, com 91 anos e que hoje faz parte da 'holding' More Textile Group, a par da António Almeida e Filhos e da José Machado Almeida, marca presença no certame.
Para o presidente executivo da Morte Textile Group, Artur Soutinho, é importante marcar a presença na feira.
A Europa, os Estados Unidos e o Canadá são os principais mercados do grupo, embora também exportem para o Japão, Coreia, China e México.
"Acho que há um reencontrar de muitos clientes do produto feito na Europa e Portugal tem uma capacidade significativa de produção de têxteis-lar", considerou.
"O nosso grupo representa cerca de 90 milhões de euros" das exportações do setor em Portugal, disse.
"Os clientes europeus querem produto feito na Europa e o mercado norte-americano é muito especialista, exige bastante qualidade e hoje, a própria dinâmica cambial e a relação euro/dólar recoloca, em termos competitivos, a indústria nacional" nos Estados Unidos.
Para Artur Soutinho, isso "pode abrir naturalmente perspetivas interessantes para os próximos anos", concluiu.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com