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Produção de petróleo na Guiné Equatorial desce 8% este ano

A produção de petróleo na Guiné Equatorial vai baixar este ano cerca de 8%, para 234 mil barris por dia, devendo continuar a cair até ao final desta década, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU) num relatório.

Produção de petróleo na Guiné Equatorial desce 8% este ano
Notícias ao Minuto

11:44 - 08/02/15 por Lusa

Economia EIU

De acordo com o 'Country Report', uma análise do país, enviada no final de janeiro aos investidores, e que a Lusa teve hoje acesso, "não há novos blocos a entrar em produção no curto prazo e, apesar dos esforços para explorar ao máximo os poços mais antigos e do desempenho robusto dos blocos mais recentes, a produção deverá cair para 234 mil barris por dia em 2015, descendo dos 254 mil estimados em 2014".

O relatório acrescenta que "a produção deverá continuar a cair durante o período da análise [até ao final da década] à medida que a produtividade dos blocos mais antigos vai decaindo, anulando as melhorias dos mais pequenos e recentes blocos".

As más notícias para a economia da Guiné Equatorial, fortemente dependente das receitas petrolíferas, não se ficam por aqui: para a EIU, o desenvolvimento de uma plataforma de gás natural liquefeito poderia compensar a decadência da produção petrolífera, mas "o efeito nunca será sentido antes do final da década", deixando o país numa situação difícil nos próximos anos, até porque "a despesa nas grandes obras públicas vai decair com a descida das receitas petrolíferas, levando o setor da construção para uma contração durante boa parte dos próximos cinco anos".

O Plano Nacional de Desenvolvimento Económico, um documento estratégico para os próximos cinco anos que aposta na diversificação económica como fonte de desenvolvimento do país, é encarado como a melhor hipótese para fugir à recessão económica que o Fundo Monetário Internacional, entre outros, antecipam que o país atravesse nos próximos anos - a Guiné Equatorial é, aliás, o único país em recessão na Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

"As melhorias na infraestrutura do país nos últimos anos, incluindo uma substancial subida da capacidade geradora de energia, podem ajudar a atrair alguns investidores", escreve a EIA, que alerta, no entanto, que "apesar do apoio do Governo e as repetidas promessas para tornar o país mais atrativo para os investidores externos, o progresso na diversificação da economia deve continuar lento".

A lentidão, conclui a EIU, surge de vários fatores, entre eles "o difícil ambiente empresarial, a burocracia e a corrupção entre as autoridades, que deverão continuar rampantes".

A Guiné Equatorial é o mais novo membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, uma entrada que foi fortemente contestada por ativistas de direitos humanos e estruturas da sociedade civil, que acusam o regime de Obiang de ter uma ditadura repressora no país.

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