Relatório do FMI é uma tentativa de "golpe de Estado"
A Associação APRe - Aposentados, Pensionistas e Reformados considera o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que propõe novos cortes no Estado, prefigura uma tentativa de "golpe de Estado" porque subverter a Constituição.
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Economia Reformados
A coordenadora daAPRe, Maria do Rosário Gama, comentou em declarações à agência Lusa o relatório do FMI, considerando que é "pouco técnico e muito político e comporta em si o expoente máximo do neoliberalismo, tão do agrado do actual Governo, e que 'caiu como mosca no mel'".
No documento, o FMI, divulgado na semana passada, propõe "um corte permanente na despesa de quatro mil milhões de euros a partir de 2014, que poderá ser precedido de uma redução de 800 milhões já este ano".
Na opinião da coordenadora da APRe, o Governo não pode efectuar cortes retroactivos nas reformas, que foram calculadas com "base em leis do Estado".
"O cálculo das pensões que nos atribuíram foi feito com base nos descontos efectuados e, portanto, agora não pode vir um qualquer primeiro-ministro introduzir outros factores de sustentabilidade",lembrou.
Para Maria do Rosário Gama, "o Estado Social é um dos pilares da Constituição (ainda não revista), não pode ser posto em causa e o senhor Presidente da República, que no discurso de Ano Novo afirmou que a Constituição não está suspensa, não pode permitir esta tentativa de golpe de estado constitucional".
Num comunicado enviado esta tarde, a APRe desafia o Presidente da República, Cavaco Silva, a substituir o Governo por um de iniciativa presidencial ou através da convocação de eleições antecipadas, sob pena de ficar na história como "cúmplice da "tetra" ('troika'+Governo) que regrediu o país e o transformou num imenso estaleiro de pobres, pedintes e desempregados à espera das migalhas da banca e dos poderosos".
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