Salgado não acredita que recursos do BESA tenham financiado GES
O antigo líder do BES Ricardo Salgado disse hoje acreditar que não houve recursos do BES Angola (BESA) que tenham servido para financiar empresas do Grupo Espírito Santo (GES).
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Economia Inquérito BES
"Não acredito que de forma algumas houve recursos do BESA que tenham vindo para financiar o GES. Não acredito, não é verdade", declarou o ex-banqueiro na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, onde está hoje a ser ouvido pela segunda vez.
No que refere ao crédito de 3.300 milhões de euros do BES à sua filial angolana, do qual o Novo Banco apenas recuperou 680 milhões a pagar ao longo do tempo, Salgado diz que foi uma "negociação desastrosa", mas rejeitou ter ficado com parte do dinheiro em falta.
"Para mim e para Morais Pires [ex-administrador financeiro do BES] não [houve dinheiro]! Não respondo por ele, mas conheço a probidade do homem e a sua qualificação técnica. (...) Os recursos que recebi foram divulgados na imprensa pelo dr. Álvaro Sobrinho. Não recebi mais um centavo", vincou.
A auditoria forense da Deloitte aponta para que na relação entre o BES e o BESA tenha havido gestão ruinosa e revela que houve transferências da conta do BESA no BES para "entidades relacionadas com o BES" e "entidades mencionadas nos meios de comunicação social como tendo ligação a responsáveis do BES e do BESA", embora a Deloitte não revele a identidade das mesmas.
A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e a audição de hoje de Salgado é a primeira repetição nesta comissão.
A última audição prevista para a comissão de inquérito é a da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que prestará novo depoimento perante os deputados na próxima quarta-feira.
Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
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