"Não podia ficar em silêncio" quanto ao pedido de ajuda
Teixeira dos Santos fala esta segunda-feira, em entrevista à TVI, sobre os passos dados antes do processo de pedido de ajuda externa.
© Reuters
Economia Teixeira dos Santos
O antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos, em entrevista que será esta noite transmitida pela TVI, refere que defendeu um pedido de auxílio externo à revelia do pretendido pelo então chefe de Governo, José Sócrates.
O ex-ministro afirma que se não o tivesse feito estaria a ser "conivente com uma inércia que podia ser muito prejudicial" para o país.
"À hora de almoço, de dia 6, tive uma conversa telefónica com ele [Sócrates], onde senti que a atitude se mantinha e foi por isso, perante essa resistência em dar esse passo, que senti que não podia manter-me em silêncio porque estaria a ser de alguma forma conivente com uma inércia que podia ser muito prejudicial", afirma Teixeira dos Santos sobre o pedido feito a 6 de abril de 2011.
O antigo governante refere que a conversa mantida com José Sócrates “não foi agradável, como será de perceber”, afirmando que a relação, a partir daí, “se limitou à gestão dos assuntos da governação, em particular da negociação do memorando com a troika", afirma.
Quando a decisão de avançar com um pedido de resgate foi anunciada por José Sócrates, Teixeira dos Santos diz que se manteve com uma expressão de estar ali contra vontade porque estava "desagrado com o tom um pouco triunfante" com que o primeiro-ministro fez o anúncio.
"Não me pareceu que se devesse frisar, nesta comunicação, o que o memorando não tinha. Era altura de dizer o que ia representar e exigir para o país", acrescentou o antigo responsável pela pasta das Finanças.
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