Ex-trabalhadores da AMS recebem em maio parte de salários
Os cerca de 300 ex-trabalhadores da construtora Aurélio Martins Sobreiro (AMS), declarada insolvente em 2011, vão receber em maio cerca de metade dos 4,7 milhões de euros em salários e subsídios em atraso, disse hoje o administrador de insolvência.
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Economia Insolvência
"Estamos agora a ultimar a realização de um rateio parcial. Se tudo correr bem, durante o mês de maio, iremos distribuir pelos credores-trabalhadores pelo menos dois milhões de euros. Fará com que cerca de 50% dos créditos deles sejam pagos", afirmou Nuno Oliveira da Silva.
O responsável, que falava à margem do julgamento de três ex-administradores da AMS acusados dos crimes de insolvência dolosa agravada, que hoje começou no tribunal de Viana do Castelo, adiantou que aquele pagamento se fica a dever à venda "dos bens móveis e da pedreira de Vila Fria (Viana do Castelo)", propriedade da antiga construtora.
A empresa, fundada em 1970, cessou definitivamente a atividade operacional a 21 de dezembro de 2012.
A 31 de outubro de 2011 foi declarada insolvente quando 860 credores reclamavam uma dívida de cerca de 39 milhões de euros.
Hoje, questionado pelos jornalistas, Nuno Oliveira da Silva adiantou que o processo de insolvência "ainda está longe do fim" e, admitiu que a alineação dos bens mais valiosos vai ser "bem mais difícil".
"Temos ativos cuja venda vai ser mais difícil porque estamos a falar de imóveis, estamos a falar da pedreira de Vila Praia de Âncora (Caminha) e estamos a falar das participações nas Scut [autoestradas anteriormente sem custos para o utilizador]. São ativos de com grande valor e cuja venda, acho, vai ser bem mais difícil do que o que se fez até agora", observou o administrador de insolvência.
Escusou-se a avançar garantias quanto ao pagamento integral das dívidas aos restantes credores, mas disse ter essa "expectativa".
"As participações que a empresa tem nas Scut valem muito dinheiro. Se for vendido por um preço justo, eu até diria que se pode chegar aos credores comuns", sustentou.
Recusou apontar prazos para a conclusão do processo de insolvência, adiantando que "dependerá do sucesso" da venda dos bens mais valiosos.
"Vender uma participação que pode valer um ou dois milhões de euros não está ao alcance de qualquer um, e vender ao desbarato não. Vai demorar o tempo necessário para que os bens que faltam vender sejam vendidos pelo melhor preço", sustentou.
Com sede em Viana do Castelo a AMS foi responsável por obras públicas em todo o país. Chegou a estar presente, com atividade própria, em Angola e Moçambique.
O património da empresa começou a ser vendido em abril de 2014, com o leilão dos bens móveis. Entre os equipamentos que integravam a massa insolvente contavam-se, sobretudo, diversos tipos de maquinaria e máquinas pesadas, além de cerca de meia centena de viaturas e a pedreira situada no concelho de Viana do Castelo.
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