Comissário europeu espera "progressos" nas negociações entre Grécia e Eurogrupo
O comissário europeus dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, disse hoje que espera que haja "bons progressos" nas negociações com a Grécia no próximo Eurogrupo, que decorre na segunda-feira em Bruxelas.
© Reuters
Economia Pierre Moscovici
Na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas da primavera, Moscovici afirmou que espera que sejam "registados bons progressos", "progressos fortes" no âmbito das discussões com a Grécia no encontro que irá juntar os ministros das Finanças da zona euro.
No último Eurogrupo, que decorreu em Riga (capital da Letónia), não houve progressos e viveu-se mesmo um ambiente hostil com vários ministros a mostrarem-se exasperados com a falta de avanços das negociações e mesmo com a atitude neste processo do ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis.
Depois disso, foi remodelada a equipa negocial grega, que passou a ter como coordenador Euclides Tsakalotos, e as negociações parecem decorrer agora num ambiente mais desanuviado.
No entanto, os progressos ainda poderão não ser suficientes para que haja nos próximos dias um acordo abrangente quanto às medidas a adotar no país para receber ajuda financeira.
Desde fevereiro que a Grécia está a negociar com o chamado Grupo de Bruxelas - Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Mecanismo Europeu de Estabilidade - reformas estruturais e medidas de consolidação orçamental para que possa aceder à última 'tranche' do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros, pelo que crescem os receios de que o país possa falhar pagamentos e, logo, entrar em incumprimento ('default').
Precisamente na próxima semana, no dia seguinte ao Eurogrupo, Atenas tem de devolver mais de 700 milhões de euros ao FMI.
Na segunda-feira, segundo relatos do Financial Times, o chefe de missão do FMI na Grécia, Poul Thomsen, terá falado aos parceiros europeus na necessidade de fazer uma nova reestruturação da dívida da Grécia e ameaçou mesmo cortar a ajuda da instituição ao país perante os níveis incomportáveis de endividamento.
Dos 7,2 mil milhões de euros destinados à Grécia, cerca de 3,6 mil milhões de euros são do FMI e que poderão estar em causa sem um novo perdão parcial da dívida.
Nas previsões de primavera, hoje divulgadas, a Comissão Europeia reduziu drasticamente a previsão do crescimento do país helénico para 0,5% este ano, face aos 2,5% das previsões de inverno.
Mesmo este crescimento - "consideravelmente mais baixo", como nota a Comissão -- está "condicionado a um acordo com a UE e o FMI até junho" e "assume que a confiança empresarial regressa juntamente com a liquidez ao Governo e ao setor bancário".
Já para 2016, a Comissão é muito mais otimista, esperando um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9%.
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