BCE quer Grécia na zona euro mas com "acordo sólido"
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou hoje que a instituição quer manter a Grécia na zona euro, mas para isso é necessário "um acordo sólido" entre Atenas e os credores.
© Lusa
Economia Draghi
"O conselho de governadores do BCE quer que a Grécia fique na zona euro", insistiu Draghi, mas para isso "é preciso um acordo sólido", ou seja, que "leve ao crescimento e à justiça social", à estabilidade financeira e à sustentabilidade das finanças públicas.
Em conferência de imprensa, Draghi recusou-se a fazer uma atualização das negociações entre a Grécia e os credores (Comissão Europeia, BCE e Fundo Monetário Internacional), alegando que não está em Bruxelas, onde decorrem as conversações, mas adiantou que da parte dos credores há o desejo de alcançar um acordo.
O presidente do BCE considerou também que a economia grega é viável com políticas adequadas.
Atenas e as instituições ainda não chegaram a um acordo sobre o financiamento do país, após meses de negociações.
Os credores exigem reformas para que seja desbloqueada a 'tranche' de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido em 2012, enquanto o Governo grego liderado pelo Syriza (esquerda radical) diz que quer aliviar a austeridade imposta ao país nos últimos anos e tem recusado reformas que impliquem novos cortes.
Após a reunião de hoje do BCE, Draghi anunciou uma revisão em alta na previsão de inflação na zona euro para 2015, passando-a de zero para 0,3% e deixou inalteradas as previsões de 2016 e 2017.
O presidente do BCE indicou que a previsão da inflação se mantém em 1,5% para 2016 e 1,8% para o ano seguinte, já perto do objetivo do banco central de ter uma taxa de inflação ligeiramente abaixo de 2%.
Draghi reiterou que o BCE está empenhado "na plena aplicação das suas medidas de política monetária" para recuperar a inflação e repetiu que o programa alargado de compra de dívida pública e privada, conhecido como 'Quantitative Easing', "deve prosseguir até ao final de setembro de 2016".
Segundo Draghi, este programa de compra de ativos, que vai permitir injetar mais de 1,1 biliões de euros na economia da zona euro, "está a correr bem".
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