Salários médios 'congelaram' e há mais a ganharem o mínimo
Reformas laborais tiveram efeitos praticamente nulos nos rendimentos. Alterações ao salário mínimo foram quase totalmente anuladas pelo contexto desfavorável.
© Reuters
Economia Remunerações
Os portugueses estão a ganhar ligeiramente menos do que há dois anos. Esta é uma das conclusões do Inquérito as Ganhos realizado pelo Ministério da Economia, que analisa os rendimentos dos trabalhadores, incluindo a remuneração base, horas extra e outros incentivos.
Segundo o Jornal de Negócios, o estudo revela uma redução nominal considerada “pouco relevante” de 0,04% nos rendimentos médios entre abril e outubro de 2014, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. A queda surge devido a uma situação globalmente desfavorável no mercado laboral, que teve impacto no bolso dos trabalhadores.
Os ganhos médios desceram para 1.124,49 euros, que corresponde a uma perda real de rendimentos de 0,05%. A redução surge apesar do aumento do salário mínimo nacional, demonstrando uma situação particularmente preocupante para a classe média, a mais atingida pela quebra.
O trabalho do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia dá ainda conta do aumento do número de portugueses que ganham o salário mínimo: os trabalhadores que ganham o rendimento mais baixo possível representam agora 20% dos empregados.
Para as mulheres, a realidade é ainda mais preocupante. A percentagem de trabalhadoras que ganham o salário mínimo é de 25%, em comparação com apenas 15% de trabalhadores do sexo masculino na mesma situação. No global, a diferença nos rendimentos continua a ser óbvia entre os dois sexos, com os homens a ganharem em média mais 22% do que as mulheres.
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