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Ex-governante avisa: Sem Orçamento, pode vir aí outro resgate

Alerta é deixado aos microfones da Rádio Renascença pelo economista João Salgueiro no mesmo dia em que Bruxelas volta a avisar Portugal que aguarda o envio do projeto de orçamento para 2016, sublinhando que necessita do documento para fazer uma "análise das tendências orçamentais" na zona euro.

Ex-governante avisa: Sem Orçamento, pode vir aí outro resgate
Notícias ao Minuto

11:18 - 03/11/15 por Notícias Ao Minuto

Economia João Salgueiro

Sem um Governo e sem um Orçamento. É assim que se encontra o país e, para o ex-ministro das Finanças João Salgueiro, tal não é positivo e pode conduzir Portugal a um novo pedido de resgate.

Em entrevista à Rádio Renascença, o economista começou por explicar como é estar num governo de gestão.

“Já passei por uma situação dessas”, lembrou, acrescentando que esteve num “governo de gestão durante mais de quatro meses, quase cinco, e o Orçamento foi dispensado”.

“Mas todos os partidos concordaram que se tinha de tomar as decisões antes de anular o Orçamento. Há-de haver uma maioria no Parlamento, não sei de quem, mas há-de haver, e essa maioria é responsável pelas decisões que tomar”, explicou.

Nesta senda, João Salgueiro traça um futuro pessimista para Portugal: “Pedimos dinheiro emprestado a três organismos internacionais, vimo-nos livres disso há pouco tempo e vamos voltar a pedir um novo resgate. Se fizermos coisas deste género, o país não se aguenta sem o Orçamento. É evidente [que precisaremos de um novo resgate]”.

E quanto ao défice, o economista garante que com o governo de Esquerda este não ficará abaixo dos 3%, a não ser, claro, que haja um aumento de impostos.

Nesta senda, a porta-voz da Comissão Europeia para os Assuntos Económicos voltou a avisar Portugal de que é necessário haver um Orçamento do Estado o quanto antes.

“Queremos fazer uma análise das tendências orçamentais e precisamos de dados comparáveis de todos os Estados-membros da zona euro”, frisou Annika Breidthardt, garantindo que não se trata de meras burocracias.

“Não estamos a ser meramente burocráticos quando dizemos que encorajamos o Governo português a entregar um esboço de plano orçamental baseado num cenário de políticas inalteradas”, apontou.

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