UGT quer que troika liberte verbas para o crescimento económico
O líder da UGT, João Proença, defendeu esta segunda-feira que Portugal e a troika devem libertar verbas para promover o crescimento económico, sublinhando que "os resultados" de 2012 são "extremamente negativos" e que é necessário "mudar políticas".
© LUSA
Economia João Proença
João Proença, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à margem de uma audiência de cumprimentos com o presidente do Governo dos Açores, declarou que a sétima avaliação trimestral da troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional), que tem hoje início, surge num "momento decisivo".
"É evidente que os resultados económicos de 2012 são extremamente negativos, com uma recessão muito maior do que previsto, o mesmo acontecendo com o desemprego", declarou o dirigente sindical.
O líder da central sindical UGT referiu que é necessário "mudar de políticas" e esta avaliação trimestral da troika "é ocasião para discutir estas mudanças".
"É profundamente errado persistir no programa adicional de cortes de 4 mil milhões de euros nas despesas totais do Estado porque isso levaria à destruição em termos de estado social ou pôr em causa muitas das bases essenciais do estado social", defendeu.
Na sua leitura, o corte de quatro mil milhões de euros irá promover um "pior funcionamento da administração pública" quando se necessita dela mais eficiente, embora com menos recursos.
"Mas nunca na perspectiva de cortes que conduzem a um pior funcionamento", acentuou João Proença.
O sindicalista afirmou que numa reunião recente com o FMI em Washington sublinhou que a concessão de mais um ano a Portugal para cumprir as metas orçamentais não libertou recursos para o crescimento económico.
"É fundamental que se discuta como libertar recursos para promover o investimento e o crescimento económico. Se assim não for, não haverá inversão das medidas de crise. Tudo o que tem a ver com discussões com a troika tem a ver com esta perspectiva", afirmou.
João Proença defendeu a necessidade de serem aliviados os encargos com a dívida pública através da redução das taxas de juro e prolongamento de prazos, mas sempre na perspectiva da dinamização económica.
"O agravamento da crise acentua cada vez mais as condições para cumprir as metas fixadas", disse.
O líder da UGT disse-se ainda "muito preocupado" por o Executivo de Pedro Passos Coelho ter persistido numa política de "ultra-austeridade" que conduziu e "arrastou o país" para o aprofundamento da crise e recessão económica.
"Achamos que a nível nacional tem de haver mudanças a nível de várias políticas, nomeadamente na área do emprego e da competitividade", afirmou
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